Tem umas coisas que tu achas que nunca vais superar e então a vida te dá um rapa e tu te estatela e acaba tendo que levantar e seguir. Ou, como diz aquela música que eu e a Dani saímos cantando na segunda-feira à noite pela rua: beber, cair, levantar! Nada como duas cervejas e uma boa companhia para terminar a segunda-feira bunda.
Mas, voltando ao assunto. Eu tinha pânico de hospital. Medo horrível de agulhas. Ia fazer exame de sangue e passava mal, passava mal mesmo. Tudo mudou ano passado, quando tive que fazer uma cirurgia. As coisas se sublimaram depois daquilo. Foi tão, mas tão horrível (eu escrevi sobre isso no blog fechado, narrei como foi), que agora um exame de sangue é quase nada. Hoje fui fazer um e até fiquei olhando meu sangue lindo enchendo potinhos à vácuo.
Às vezes é difícil enxergar as coisas sob um viés positivo com tanta negatividade à volta. Aumentar os problemas é um dom que alguns têm. O que só piora as coisas, claro. Tem dias que eu não sinto a menor vontade de sair de casa. Ou de falar com as pessoas. Quero só dormir e nem é que eu tenha tanto sono. Às vezes eu realmente tenho muito sono. Noutros dias, é só a vontade de me isolar. Meus sonhos andam tão interessantes que eu queria viver dentro deles uns tempos.
Outra noite eu sonhei que estava envolta em uma teia de aranha, cheia de aranhas. Mas isso foi por causa de Anansi Boys, do Neil Gaiman, que estou lendo. Sonhei com os números da quina, mas só lembro de um! E hoje, antes de acordar, estava sonhando com uma festa de formatura, e eu dançava, dançava...
Mas do que estou reclamando, mesmo? Se tenho feito praticamente tudo o que quero?
Eu quis mudar, eu mudei. Eu quis viajar, eu viajei. Eu quis um namorado, eu tenho um ótimo namorado. Eu quis mudar de apartamento, eu mudei.
Faltam algumas coisas, mas aos poucos entro no eixo de novo. No meu eixo. E, como disse a Laura, querida, a gente tem que ser branca e franca com as pessoas e creio que tenho conseguido ser.
Os planos agora são comprar esse apartamento, ir a Londres de novo, e também Nova Iórque. Como? Não sei ainda. Mas o destino há de prover.