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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Nós e as vacas


Aparentemente, toda mulher já foi ou um dia será... uma vaca. Eu confesso que nunca entendi essa coisa de chamar homem infiel de cachorro (porque cachorros, os bichos, são fiéis), tampouco de chamar mulheres desagradáveis de vacas, quando as vacas (os bichos) são seres amáveis e extremamente úteis, além de muito simpáticos.

Mas o fato é que toda mulher é uma vaca, nesse sentido popular. A vida feminina consiste, basicamente, em esperar. Esperar 9 meses (ou, hoje em dia, anos a fio, postergando até o "melhor momento") para ter um filho, esperar até que o sujeito que diz que te ama decida que realmente te ama e te peça em casamento, esperar mais de ano para casar porque tem que ter a festa dos sonhos, esperar até "estar pronta" para ter sua primeira vez, esperar o reconhecimento profissional que nunca chega...

Se você não espera, se você vai atrás, se você decide pelos outros, se você decide por você... você é uma vaca. E se você espera, não vai atrás, não decide... você também é uma vaca.

Tudo o que você faz ou deixa de fazer pelos outros te transforma numa vaca. Nós sempre somos as últimas nas nossas listas de prioridade, porque é errado uma mulher colocar-se em primeiro lugar. 

Eu não estudei pra ser faxineira. E também não estudei pra ser boneca inflável. Nenhuma das coisas que eu já fiz na minha vida eu fiz com o intuito de virar objeto. Ao contrário, sempre quis ser uma pessoa. Não uma vaca, esse animal nobre que dá leite, carne, couro e até os ossos (não de maneira voluntária, claro). Só que tem muitas vezes nas quais sinto que sou deliberadamente tratada como um objeto, uma coisa. 

E quando me revolto com isso sou tachada de... VACA. Acho que vou assumir minha natureza bovina e ir pastar onde eu achar uma grama mais verde.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Vestido

As mulheres têm a agilidade de mudar de alma como mudam de vestido. As mulheres podem vestir-se como quiserem. Agarram-se à moda como os homens agarram-se às bandeiras. São mais espertas. As bandeiras nunca dão independência aos homens que as defendem, as bandeiras enterram os homens. O mundo está carregado de cemitérios feitos do amor às bandeiras. No miradouro de São Pedro de Alcântara, com a Lisboa pombalina adormecida a meus pés, acabo de descobrir que o individualismo foi inventado pelas mulheres.

- Os Íntimos, p. 186. Inês Pedrosa, Alfaguara, 2010.

sábado, 12 de junho de 2010

Watch me burn

Ele tem raiva. Eu gosto. Eu posso compreender. Eu sei aceitar. É fácil de me identificar. E tudo vem à tona, tudo vem à tona. Eu preciso dar socos nas paredes para machucar as mãos. Eu preciso correr, eu preciso ficar em forma, eu preciso me preparar, porque terei de lutar, terei de lutar.
Eu tenho muita coragem. Eu chuto todos os baldes. Eu não sei fingir. Eu minto que era muito mais fácil sorrir, mas é isso, é apenas mentira e eu não sei mentir quanto às coisas que realmente me importam.
O sol brilha quando tem de brilhar.


I was a heavy heart to carry, my beloved was weighed down
My arms around his neck, my fingers laced to crown
I was a heavy heart to carry, my feet dragged across ground
And he took me to the river where he slowly let me drown