segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Porque o ano ainda não acabou...
- Comer, Rezar, Amar, de Elizabeth Gilbert.
- O Aleph, José Luís Borges.
- Leite Derramado, Chico Buarque.
- Budapeste, Chico Buarque.
- Cleo e Daniel, Roberto Freire.
- A Long Way Down, Nick Hornby.
- os 3 livros da coleção Millenium, de Stieg Larsson:
* Os homens que não amavam as mulheres
* A menina que brincava com fogo
* A rainha do castelo de ar
- Esboço para uma teoria das emoções, Jean Paul Sartre.
- O Código da Inteligência, Augusto Cury.
- O avesso da vida, Philip Roth.
- O livro dos Manuais, Paulo Coelho.
- Snuff, Chuck Palahniuck.
- The Unbearable Lightness of Being, Milan Kundera.
- De Profundis e outras histórias do Cárcere, de Oscar Wilde.
- O Guia do Mochileiro das Galáxias, Douglas Adams.
Estou lendo: A Arte de Conhecer a Si Mesmo - Schopenhauer.
Começados e não terminados:
- Contos Completos de Virginia Woolf.
- O sequestrado de veneza, Jean Paul Sartre.
- O livro dos abraços, Eduardo Galeano.
- As I lay dying, William Faulkner.
- Papeles inesperados, Julio Cortazar.
- Histórias fantásticas, Adolfo Bioy Casares.
- Frenesi Polissilábico, Nick Hornby.
- A Arte da Vida, Zygmunt Bauman.
- O diário de Zlata, Zlata Filipovic.
Na espera:
- Cal, José Luís Peixoto.
- Ask the Dust, John Fante.
- Zen and the art of Motorcycle Maintenance, Robert Pirsig.
- Disgrace, J.M. Coetzee.
- 5 minds for the future, Howard Gardner.
- The sound and the fury, William Faulkner.
- Light in august, William Faulkner.
- A arte de ter razão, Arthur Schopenhauer.
Mas agora em janeiro já estarei às voltas com as leituras do Desafio Literário 2010.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Sobre o Alcoolismo
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Quem adivinhar o autor ganha o livro dele de presente!
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Paralisia cerebral
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
O tal do meme
Carta a Daniel 16
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Sobre repetição
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Das unhas arranhando a tua pele
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Einmal ist keinmal
terça-feira, 24 de novembro de 2009
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Mudando o visual
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Desafio Literário 2010 - algumas coisas
Mas como resistir, me digam?
Fui sábado no Barra Shopping, entramos eu e o namors na FNAC pra dar uma olhadinha e quando ele viu, lá estava eu agarrada em livros e mais livros... fala sério, essas belezinhas da foto por preços como R$14,90 e R$23,90?? Eu fui obrigada a levar, né? Espiem no site da FNAC que tem livros por R$9,90!!
E pra quem quer participar do desafio literário, as regras estão aqui. E minha lista de livros está aqui.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Carta a Daniel 15
estás quase deixando de existir. Transformado em fumaça, apenas tenho uma vaga noção de como era teu sorriso. Pergunto-me, diariamente, onde e quando e porquê ficamos assim: tão covardes. Algo de muito ruim, de muito sujo, de muito escuro deve ter acontecido em algum momento e, tomados pela surpresa, não conseguimos absorver de todo a tragédia, de maneira que ela penetrou nosso sangue, pouco a pouco, tornando-o podre e viscoso demais para continuar correndo em nossas veias.
Pergunto-me se poderemos fazer algum tipo de diálise que possa limpar nosso sangue, torná-lo vermelho, fluído, para que nosso organismo possa funcionar com perfeição novamente. Mas é difícil enxergar com sangue negro nos olhos. É difícil prosseguir com o coração pesado. As pernas parecem pedras, estão roxas e endurecidas.
Pergunto-me onde estarás, no que estarás pensando. Não que faça alguma diferença. No momento me parece que nada faz diferença e se o mundo acabar amanhã, bem, acabou. Não haverá ninguém depois disso para dizer que era alguma maldição da sexta-feira 13. Tudo deixará de existir e, por isso mesmo, nada importará. Pensar em ti apenas me distrai de pensamentos negros. E nem mesmo isso importa.
Um beijo salgado,
C.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Diálogo
sábado, 7 de novembro de 2009
Lista do desafio literário 2010
Agora vai a lista definitiva para o Desafio Literário:
Janeiro
(Um livro da Nova Cultural ou da Harlequin)
Fevereiro
(Um livro que nos remeta aos contos de fada)
Escolhido: Onde vivem os monstros, Maurice Sendak
Na reserva: As Crônicas de Nárnia, de C.S. Lewis
Março
(Um clássico da Literatura universal)
Escolhido: Alice in Wonderland, Lewis Carroll
Na reserva: Crime e Castigo, Fiodor Dostoievski
Abril
(Um livro de escritor(a)Latino-Americano)
Escolhido: Histórias fantásticas, Adolfo Bioy Casares
Na reserva: Papeles inesperados, Julio Cortazar
Maio
(Para aliviar, vai aí um Chick-lit)
Escolhido: Confessions of a Shopaholic, Sophie Kinsella
Na reserva: Size 12 is not fat, Meg Cabot
Junho
(Um livro de uma escritora brasileira)
Escolhido: Pó de Parede, Carol Bensimon (resolvi prestigiar uma gaúcha)
Na reserva: Máquina de Pinball, Clarah Averbuck (idem) (uma dica: dá pra ler ele na internet aqui)
Julho
(Um livro adaptado para o cinema)
Escolhido: About a boy, Nick Hornby
Na reserva: O guia do mochileiro das galáxias, Douglas Adams
Agosto
(Um romance policial)
Escolhido: Predador, Patricia Cornwell
Na reserva: Dexter, a mão esquerda de Deus, de Jeff Lindsay
Setembro
(Um romance histórico)
Escolhido: Papisa Joana, Donna Cross
Na reserva: As vinhas da Ira, John Steinbeck
Outubro
(Um livro que contenha uma lição de vida)
Escolhido: Julie & Julia, Julie Powell
Na reserva: O Maior Vendedor do Mundo, de Og Mandino
Novembro
(Um livro de escritor(a) de Portugal)
Escolhido: Caim, José Saramago
Na reserva: Cal, José Luís Peixoto
Dezembro
(Um livro (ficção ou não ficção) que tenha a palavra “Coração” no título)
Escolhido: No coração das trevas, Joseph Conrad
Na reserva: Coração de Tinta, de Cornelia Funke
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Desafio Literário 2010 - 2a parte
Janeiro - Confessions of a Shopaholic, Sophie Kinsella
Fevereiro- Onde vivem os monstros, Maurice Sendak
Março- Alice no País das Maravilhas, Lewis Carroll
Abril- Histórias fantásticas, Adolfo Bioy Casares
Maio- um chick-lit, alguma sugestão?
Junho- escritora brasileira, alguma sugestão? Não vale Martha Medeiros (já li muito e não gosto), acho que vou acabar indo de Perto do Coração Selvagem, da Clarice Lispector.
Julho- Reparação, do Ian Mcewan --> Agora fiquei em dúvida... passei pela CCMQ hoje e descobri que os Contos de Canterbury, um clássico da literatura inglesa, também virou filme. Tenho esse livro há tempos, comecei a ler e parei porque tenho ele no texto original, isto é, em inglês arcaico, é meio complicadinho de ler... mas de repente era uma boa hora pra tentar de novo. Que acham?
Agosto- ia ser o Snuff, do Palahniuck, mas eu já tô na metade, e ele é muito bom, então fica em aberto. Sugestões?
Setembro- romance histórico, sugestões?
Outubro- um livro que contenha uma lição de vida... affe... não sei!
Novembro- decidi pelo Caim, do Saramago
Dezembro- decidi pelo No coração das trevas, do Joseph Conrad.
Leituras 2009
Aproveitando o ensejo do desafio literário 2010, comecei a fazer uma retrospectiva das minhas leituras deste ano. Está meio incompleto porque eu realmente não lembro do que eu li bem no começo do ano, mas comprei, em abril, este lindo caderninho pra anotar trechos de livros lidos, livros emprestados, lista de desejos e etc. Ele me deu algumas pistas.
Então lá vai:
- Comer, Rezar, Amar, de Elizabeth Gilbert.
- O Aleph, José Luís Borges.
- Leite Derramado, Chico Buarque.
- Budapeste, Chico Buarque.
- Cleo e Daniel, Roberto Freire.
- A Long Way Down, Nick Hornby.
- os 3 livros da coleção Millenium, de Stieg Larsson:
* Os homens que não amavam as mulheres
* A menina que brincava com fogo
* A rainha do castelo de ar
- Esboço para uma teoria das emoções, Jean Paul Sartre.
- O Código da Inteligência, Augusto Cury.
- O avesso da vida, Philip Roth.
- O livro dos Manuais, Paulo Coelho.
Estou lendo: Size 12 is not fat, de Meg Cabbot.
Começados e não terminados:
- Contos Completos de Virginia Woolf.
- O sequestrado de veneza, Jean Paul Sartre.
- O livro dos abraços, Eduardo Galeano.
- As I lay dying, William Faulkner.
- Snuff, Chuck Palahniuck.
- Papeles inesperados, Julio Cortazar.
- Histórias fantásticas, Adolfo Bioy Casares.
- Frenesi Polissilábico, Nick Hornby.
- A Arte da Vida, Zygmunt Bauman.
- O diário de Zlata, Zlata Filipovic.
Na espera:
- 5 minds for the future, Howard Gardner.
- The sound and the fury, William Faulkner.
- Light in august, William Faulkner.
- A arte de ter razão, Arthur Schopenhauer.
- A arte de conhecer a si mesmo, Arthur Schopenhauer.
(Esse ano o que eu mais fiz foi comprar livros... sem contar os jurídicos, que não vou listar aqui)
Vi agora que eu tenho o Reparação, do Ian Mcewan, que foi adaptado para o cinema. Comecei a ler e achei muito lento... mas tá, tenho já um livro para o desafio literário 2010, mês de julho! o/
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Desafio Literário 2010
O Desafio Literário 2010 (By RG) visa:
1) Incentivar a leitura. Isso mesmo! Porque o desafio é ler 12 livros em 12 meses, ou seja, um livro para cada mês do ano. Ao final do ano, a leitura de 12 livros já está garantida. Sei que muitas de vocês podem quadruplicar essa lista em dias. Mas, enfim, o desafio que proponho é mais comedido nesse sentido.
2) Promover o conhecimento de novos autores e livros pouco conhecidos bem como congraçar os leitores convertidos em blogueiros e leitores sem blog também. Um ano de confubação de leituras em clima de unidade, não é uma boa?
3) Fazer com que nos lembremos dos livros soterrados nas pilhas que temos em casa e que cresce progressivamente a cada ano.
O desafio Literário consiste em cumprir a agenda abaixo:
Agenda do Desafio 2010 By RG
Janeiro – Para facilitar a vida de todas, leituras rápidas para o primeiro mês do ano. O desafio é ler um Romance de Banca ao estilo da Nova Cultural, Harlequin, entre outras. Vale qualquer segmento, Clássico Históricos, Momentos Íntimos, Júlia, Sabrina, etc…Tenho certeza que você tem um livro na pilha esperando para ser lido. Portanto não há desculpas. -->Um da Shopaholic que eu tenho aqui e ainda não li.
Fevereiro – Um livro que nos remeta aos contos de fada. È baba! Nem tudo é inovação. Há muitas histórias baseadas nos contos de fadas. Patinho Feio, A bela e a fera, Cinderela… -->Onde vivem os monstros, comprei hoje na Feira do Livro, mas vou deixar guardado.
Março – Um clássico da Literatura universal. Só vale aquele que você nunca leu na vida. Sabe aquela coleção em destaque na estante que está lá só para fazer bonito? É lá que você vai pescar esse. -->Alice no País das Maravilhas. Comprei a edição original, em inglês, com lindíssimas ilustrações, mas só li um pedaço.
Abril – Um livro de escritor(a)Latino-Americano. Leitura inédita só para lembrar! -->Um de contos do Bioy Casares que eu li só um conto.
Maio – Para aliviar, vai aí um Chick-lit. O mar está para peixe no que diz respeito ao gênero. -->Sugestões, alguém? Talvez o Melancia...
Junho – Um livro de uma escritora brasileira. --> Qualquer uma que não seja Martha Medeiros, podem me dar de presente de aniversário!
Julho – Um livro adaptado para o cinema. O que mais há ultimamente! -->Vale Onde vivem os Monstros?? hehehehe Alguém tem alguma sugestão?
Agosto – Um romance policial. Vale os autores mais clássicos ou autores do romance “romântico” policial. --> Posso guardar o Snuff pra agosto do ano que vem, então.
Setembro – Um romance histórico. Cá entre nós, esse gênero é o queridinho de muitas! --> Esse me pegou! Sugestões?
Outubro – Um livro que contenha uma lição de vida. Pode ser ficção ou não-ficção. Viu como facilitei? --> Idem. Sugestões?
Novembro – Um livro de escritor(a) de Portugal. Com a aproximação ortográfica porque não uma aproximação literária? -->Lobo Antunes ou José Luís Peixoto... o que eu encontrar primeiro.
Dezembro – Um livro (ficção ou não ficção) que tenha a palavra “Coração” no título. -->Perto do Coração Selvagem, da Clarice Lispector, ou No coração das Trevas, do Joseph Conrad?
É tudo uma brincadeira divertida. E como toda boa brincadeira há que ter regras (as regras ainda estão em fase de elaboração, posso acrescentar mais coisa…mas, o básico é isso aí). Vamos a elas:
· Para participar você precisa, do dia 19 de outubro até o dia 15 dezembro, elaborar sua lista dos livros para cada mês. Essa lista deverá ser postada em seu blog para que todos os participantes possam ver. Quem não tem blog: ou envia a lista para mim via email ou poste na comunidade do Desafio Literário cujo convite enviarei só para quem confirmar a participação aqui no post.
· Você pode criar uma lista alternativa de no MÁXIMO 12 livros que poderão substituir os livros de sua lista original. Essa lista também deverá ser postada em seu blog.
· Após o dia 1º de janeiro, você NÃO pode mudar sua lista!!!!
· Audiobooks e Ebooks são permitidos.
· Releituras estão fora do objetivo do desafio. Portanto, não serão permitidas. Claro que contarei com a sinceridade dos participantes.
· A coincidência de lista ou livros entre os participantes é permitida.
· Os participantes que têm blog deverão postar o Button e o link do Desafio Literário By RG em seu blog. Assim, identificamos quem está dentro e divulgamos o desafio. (O Button é a imagem desse post!)
· Na última semana de cada mês, os participantes deverão postar em seu blog uma opinião pessoal do livro escolhido do mês.
· Mesmo depois de iniciado, o desafio permanecerá aberto para quem quiser participar. No entanto, a participação se dará no mês subseqüente ao desafio corrente.
· Opcional: Se quiser, você pode ingressar na comunidade criada para os participantes do Desafio Literário by RG. Lá você terá onde guardar e compartilhar sua lista e opinar sobre os livros lidos com as demais participantes. Também relataremos o processo e o progresso de nossas caçadas e nos conheceremos melhor. Para quem não tem blog pessoal é interessante ingressar nessa comunidade. Confirmando aqui, eu envio o convite, ok?
Antes de confirmar sua participação no desafio, pondere bem. Não o faça porque eu convidei ou por empolgação. Pois, contarei com o engajamento, responsabilidade e compromisso de quem disser sim.
PS: Não é necessário seguir e nem assinar o newsletter do RG para participar do Desafio Literário.
Quer participar? Então, confirme sua participação no comentário desse post. Informe seu nome e blog, se tiver.
PS2: Quem não tem blog, pode e deve participar. Para isso, envie sua lista definitiva para o email rgbyvivi[arroba]romancegracinha.com ou ingresse na comunidade Desafio Literário. (Atenção para todos os que confirmarem a participação aqui nos comentários desse post, eu enviarei o convite da comunidade. Aliás, é na comunidade que você poderá compartilha sua lista com os participantes do desafio).
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Carta a Daniel 14
com o tempo, eles deixam de ser pessoas. Passam a ser memórias. E na memória podem ser quem nunca foram, nem serão. Os rostos ficam distantes, e começamos a trocar a cor dos seus olhos. Uma anedota deixa de ser tão engraçada e não lembramos mais quem foi que a contou.
Porque o tempo faz os amores arrefecerem, cederem, dobrarem-se. Perdem quase todo seu significado. E as pessoas que deixamos de amar perdem suas cores. Perde-se o cheiro de sua pele, o calor de seu abraço.
E aquela idéia de conhecer alguém quase tão bem quanto a si mesmo cai no vazio, no escuro, deixa de ser plausível, passa a ser mero devaneio juvenil.
Eu acho que a modernidade fez isso conosco: nos desvinculou. Trocamos de amores como quem troca de roupa, ainda que isso nos magoe e nos deixe sem rumo. Não podemos mais esperar passar a vida ao lado de quem amamos, porque esse amor se desfaz como açúcar na água. Ainda se pudêssemos aquecer tal mistura, obter uma calda que virasse depois um caramelo, doce e duro, tanto mais perene, um pouco mais difícil de dissolver. Mas não há como fazer isso, ou ainda não aprendemos a fazê-lo. Então a água leva o açúcar embora e no máximo aparece uma outra ou outra formiga a tentar lamber o açúcar que não mais está ali.
Meu coração partiu e desde que ele partiu, eu não sei mais respirar direito.
Conta-me do teu coração.
Um beijo com sabor de regoliz,
C.
(OBS. A carta número 13 foi extraviada pelos correios)
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Um vampiro nunca entra sem ser convidado
O mesmo disco. A mesma música. O mesmo risco no disco.
E, no entanto, você coloca o disco para tocar, sabendo que a agulha vai parar no risco e aquele mesmo verso da canção vai repetir. Repetir. Repetir.
Mudam os atores. Não muda o espetáculo.
Muda o cenário. Não mudam as falas.
Quem você é não importa, desde que cumpra o seu papel. Não ouse sair dele. Na verdade, você não pode ousar sair dele porque não sabe que o faz.
As minhas unhas crescem, meu cabelo cresce, hoje sou mais velha do que ontem, mas mais jovem que amanhã. Vesti-me de princesa e fiquei bem, mas não pude partilhar isso com você.
Lembrei-me daquele homem a amparar uma mulher. A mulher dele. Pensei nisso: amparo.
Alguma vez você se sentiu amparado? Soube onde procurar refúgio?
Não é mesmo infinitamente triste procurar abrigo e ter de dormir ao relento?
Eu dormiria na beira da praia, olhando para o mar até meus olhos fecharem sozinhos, mas eu não precisei. Um estranho me estendeu a mão enquanto os seus pensamentos não estavam em mim.
Eu estava triste por você estar aqui e não estar. Agora talvez você queira estar aqui e para mim já não importe. Tudo o que eu disse antes não deixou de ser importante, mas eu sinto que a mensagem ainda não foi completamente e corretamente interpretada/absorvida/analisada/ processada.
Não ouse fugir ao seu papel porque isso faria com que eu tivesse de replanejar o meu. Buscar as pedras para reconstruir o meu castelo, que vem ruindo desde o momento em que percebi ser marionete de mim mesma. Ainda não cortei todas as cordas que me prendem àquilo que eu achava que era. Você se enredou nas cordas soltas e não sabe como fazer para cortar as suas próprias cordas. Use a cabeça: compre uma tesoura.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Todo fim é um começo
Eu queria não focar a minha raiva em você, e de repente me pergunto o porquê disso. Se foi algo que você fez, porque eu não posso sentir raiva de você? Tenho mesmo de ser sempre coerente, justa, bondosa? Ou posso gritar e surtar e atirar os sabonetes em você? Jogar você e os seus sabonetes comprados de última hora e sem o menor carinho porta afora?
É difícil entender uma pessoa tão dupla quanto eu. Que quer e não quer, que ama e odeia, que chora e ri. Quase tudo ao mesmo tempo.
No mais das vezes, eu quero que você adivinhe. Ainda não acho tão difícil. Sensibilidade é a palavra, e é uma coisa bem difícil de atingir. Requer paciência e dedicação. Como diria o Pequeno Príncipe: foi o tempo que dedicaste à tua rosa que fez dela tão especial.
Você precisa se entregar tanto quanto quer a entrega do outro. Não é amor incondicional, é apenas reciprocidade.
Fato é que certas coisas me enfastiam. Você é duro consigo mesmo e acaba sendo também comigo. É um erro. Aliás, dois erros. Uma perda total do meu tempo, do seu tempo, do nosso tempo. Eu faço outros planos. Eu alço voo. Não sei quando voltar. Não sei se quero voltar.
Mas não me telefone. Não pense em mim. Não me procure. Não faça promessas, especialmente quando não se quer de verdade prometer. Não diga que quer fazer o amor suplantar o ódio nos meus sentimentos conflitantes. Não havia sentimentos conflitantes. Eu quis mesmo gostar de você. Mais: eu quis mesmo amar você. Você não deixou. Então não queira mais. Há muito de verdade e muito de mentira no que eu escrevo. Há muito mais verdade no que eu deixo de escrever e no que eu deixo de dizer. Havia uma dor muda no meu coração, mas mesmo os mudos podem ser ouvidos se tivermos um pouco de atenção. Foi preciso dizer "vá embora", para que você quisesse ficar. E aí tudo perdeu um pouco do sentido pra mim.
Talvez você não goste do que eu escrevo, da maneira como escrevo. Mas não há espaço para bobagens aqui. Eu radiografei a minha alma e te dei num envelope de presente. Começou a chover e o dia virou noite. Porque talvez esse envelope nunca tenha sido entregue, mas você sabia que ele existia e fingiu não perceber.
Você pode me criticar mas eu concluí que você, na verdade, não sabe quem eu sou. Apenas pensa que sabe. Não é mesmo triste isso?
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Eu sabia
Mas eu sei.
Eu sinto a sua ausência quando faz pouco tempo que você saiu. E às vezes também quando faz muito tempo. Tudo são coisas que você não percebe porque perceber exige sensibilidade. Você tem sonhos sem cor. Você tem sonhos desconexos. Você acha que todos os meus sonhos são mentira porque são coloridos demais e têm começo, meio, e fim, ainda que não necessariamente nesta ordem.
Você não entende que para ser amado é preciso amar. Você não entende que para que outro te toque é preciso tocar primeiro. É preciso abraçar primeiro e falar, e sorrir, e oferecer calor. É preciso querer a presença do outro para que o outro queira a sua presença.
Aí eu ouço palavras que me destroem: ternura, preocupação. E onde estão essas coisas, afinal?
Aí coisas muito mais práticas me afligem e tudo são coisas que você poderia entender se quisesse, mas isso demandaria uma intimidade por demais pertubadora para você. E aí eu fico só. E me sinto só. E o que mudaria isso? Estar efetivamente só.
Porque você haveria de concordar comigo, dentro de toda lógica, que estar realmente só é sempre melhor do que não estar só e mesmo assim sentir-se só. Porque eu digo as coisas querendo dizer exatamente o que eu digo e o problema, o grande problema, é quando alguém tenta interpretar o que realmente não precisa de interpretação.
Fórmulas mágicas... se elas efetivamente funcionassem nós não teríamos contradições. Não haveria um dia de sim e outro de não. Porque tudo funcionaria muito bem, como mágica!
Aí hoje eu caminhei, sabe? No escuro, e sozinha. E não precisava ser assim, eu sei que não precisava, mas não depende só de mim, realmente, não depende. E talvez eu queira mesmo demais, mas ainda há algo em mim que acredita, piamente, que você pode acertar nas coisas fáceis também, já que acerta nas difíceis. Deveria ser o contrário, que é o mais comum, mas estranhamente não é. Ainda assim, talvez não seja o bastante. Não é o bastante.
Eu sabia e mesmo assim não pude me evitar o sofrimento. Talvez eu goste mesmo de sofrer. Porque a sutileza faz parte da minha personalidade, e sendo assim posso dizer: é o meu jeito. E mesmo assim eu ainda consigo falar algo. O problema é quando não existem perguntas. Se elas não existem, não há o que responder. Eu poderia ir adiante, mas cansei.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Uma carta para Cléo
Não sinta tanto medo. Seu mundo não está em colapso. Ele apenas está se transformando. Você está deixando de ser quem era, para ser você mesma.
Eu sei que tenho lhe deixado um tanto na mão. É um processo pelo qual nós dois estamos passando agora. Você é forte, e você consegue aguentar. Você não está sozinha. Você precisa lembrar de que não está sozinha. Há muitas pessoas ao seu redor que lhe amam e se preocupam com você.
Embora eu não esteja ao seu lado fisicamente, meus pensamentos estão. Eu beijo as suas mãos, eu lhe faço cafuné. Eu lhe abraço e digo: vai ficar tudo bem.
Você sabe que vai, por mais difícil que seja acreditar nisso. Você sabe que você merece que tudo fique muito bem.
Eu sei que não tenho respondido às suas cartas. Sei que isso lhe entristece. Mas não fique triste. Você tem tantos motivos para sorrir, muito mais motivos do que eu.
Guarde aquela pedrinha para mim. Eu prometo que vou buscá-la.
Com carinho,
D.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
sábado, 3 de outubro de 2009
Song for me
Cause a day can get so long
And I know its hard to make it through
When you say theres something wrong
So Im trying to put it right
Cause I want to love you with my heart
All this trying has made me tight
And I dont know even where to start
Maybe thats a start
Cause you know its a simple game
That you play filling up your head with rain
And you know you are hiding from your pain
In the way, in the way you say your name
And I see you
Hiding your face in your hands
Flying so you wont land
You think no one understands
No one understands
So you hunch your shoulders and you shake your head
And your throat is aching but you swear
No one hurts you, nothing could be sad
Anyway youre not here enough to care
And youre so tired you dont sleep at night
As your heart is trying to mend
You keep it quiet but you think you might
Disappear before the end
And its strange that you cannot find
Any strength to even try
To find a voice to speak your mind
When you do, all you wanna do is cry
Well maybe you should cry
And I see you hiding your face in your hands
Talking bout far-away lands
You think no one understands
Listen to my hands
And all of this life
Moves around you
For all that you claim
Youre standing still
You are moving too
You are moving too
You are moving too
I will move you
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
O não amar
Junte os restos de mim e atire no mar. Me deixe ir. Não há razões para o meu ficar.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
E então toca algo que me toca...
It doesn’t matter how run down you are
Or if there’s nothing perfect left in your heart
No, it all means nothing, it all means nothing, it all means nothing at all, at all
I’ve told you every selfish lie I know
I’ve taken falls from dizzy heights - I’ve let go
But there is a simple truth to find below
Where it all means nothing, it all means nothing, it all means nothing at all, at all
I’m on the edge for you
Losing my head for you
I’m in the red for you
Tonigh, tonight
Until my hopes fall through
There’s nothing else I can do
I’m in the red for you
Tonight, tonight
I’m on a rescue
Love is a thousand shades of grey – and we know
There’s not a safe or certain way to go
But when we’ve seen all, uneasiness and hate, it will show
That it all means nothing, it all means nothing, it all means nothing at all, at all
I’m on the edge for you
Losing my head for you
I’m in the red for you
Tonigh, tonight
Until my hopes fall through
There’s nothing else I can do
I’m in the red for you
Tonight, tonight
Until my hopes fall through
There’s nothing else I can do I’m in the red for you
Tonight
I’m on a rescue....
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Nós não queremos...
Agora posso ser frágil e forte. E posso ser tudo que eu quiser.
Tu precisas aceitar que eu não sou a pessoa que tu não foste. Eu sinto muito pela pessoa que tu nao foste. Ela morreu. Ou melhor, foi natimorta. Enterre-a, por favor.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Carta a Daniel 12
hoje pensei em te atirar na cova, aos leões. Não sei bem o que pretendo com isso. Não sei bem se os leões são de verdade. Talvez sejam gatinhos e eu esteja enxergando mal por causa da chuva e do escuro. Talvez eu ainda veja os mesmos fantasmas de sempre, mesmo que não me assuste mais com suas correntes.
Eu te mandaria uma rosa vermelha, sabes? Mas vais ter de te contentar com uma pedrinha branca. Alba notanda lapillo... Etretat é cheia de pedras brancas, para que todos possam guardar o dia que chegarem lá. Um dia feliz.
Fora isso, beberei vinho todos os dias. E sorrirei. Dessa vez vai ser diferente porque dessa vez eu quero, e é algo para mim, apenas para mim.
Hoje eu gostaria de cortar fora toda a minha pele, com uma lâmina bem afiada. Queria uma pele nova, um olhar novo, um sorriso novo. Mas sei que amanhã estarei novamente confortável comigo mesma. Como está a tua pele, Daniel? Te sentes bem nela?
Agora passo a vê-lo mais como homem, menos como menino. Antes havia algo que me impedia de vê-lo como homem. Era tão só um menino. Bobo como todos os meninos. Não sei dizer o que mudou.
O conflito é a falta de amor, sabias disso? É o não amar. O não amar que ainda me atormenta, às vezes. Eu disse: eu quero te amar. Não sei se isso foi ouvido. Aí as palavras se perdem no vento, talvez percam também o sentido. Talvez tudo, no fim, seja nada.
Um beijo machucado,
C.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Porque não passaria disso.
Focalize nos fatos.
E o fato é que isso pode acontecer porque eu realmente não acho nada demais. Talvez outras pessoas achassem big deal, ficassem com raiva, essas mulherzices todas que eu ainda não compreendo na totalidade. Free will, people. Free will. O que importa mesmo é franqueza. Lealdade.
Porque ele canta:
Need not to reach for the stars,
when life becomes so dark
and when the wind
does flow against the grain
you must follow your heart
E eu acho isso: siga seu coração. Brabo é essa esperançazinha idiota. Brabo é o reforço negativo. Sim, eu preciso, mesmo que não precise. Porque não adianta me dizerem isso, ou aquilo. Não fazem 15 anos que deixei de ser criança e a modernidade chegou, implacável. Só que ela ainda não é à prova de vento, que piada.
Será que eu saberia dizer quem eu sou? Formalmente, materialmente e analiticamente? Tu saberias?
E dê-lhe Rolling Stones. Gimme shelter, will you?
De novo: atenha-se aos fatos. Eu não tenho do que reclamar. Tu tens?
Acabou o papel para escrever cartas. Não sei quando vou ter tempo de comprar. Ficaremos neste hiato, tudo bem?
sábado, 29 de agosto de 2009
Carta a Daniel 11
lembra aquilo que falaste sobre nosso amigo? Aquele que sabe se proteger?
Balela. Ridículo.
Tu sabes, eu sei, ele mesmo sabe: não sabemos nos proteger. Achamos que evitar é uma maneira de nos protegermos, mas não é. Apenas evitamos, e mesmo assim não deixamos de sentir.
Um homem me escreveu uma carta, uma vez. Ele contou tudo o que ele gostava a meu respeito. Eu sempre soube que ele tinha sido a única pessoa no mundo que um dia viu quem eu era. Sabe o que eu fiz? Eu joguei a carta fora.
Medo.
E isso me protegeu?
Não. Só me fez sentir raiva de mim mesma.
Será que algum dia alguém escreverá outra carta parecida? Tudo me leva a crer que não. Tu achas que outra pessoa te escreveria cartas como eu?
Tu achas que realmente te proteges de alguma coisa?
Seremos atropelados, tu e eu.
O pior mesmo é que eu disse: tu já estás envelhecendo. Mas pelo jeito eu sequer ouço meus próprios conselhos. Porque não queremos ficar sozinhos, não queremos ficar sozinhos.
"Eu não preciso disso", ela me disse. Eu ri. Tu achas que não precisas também, não é mesmo? Mas mesmo assim não queres ficar sozinho.
Um amigo falou que precisa de carinho, amor e futuro. Não precisas? Não preciso? Mas é justamente essa mania indecente de ficar tentando adivinhar o futuro que me faz adoecer. Que te faz adoecer.
Desculpe-me se ainda tento ler o que não escreves. Se ainda tento ouvir o que não dizes. Megalomania. Tudo isso é porque insisto em gostar de ti. Fantasma que arrasta correntes aqui, dentro de mim. Meu coração explodiu, te contei? Verdade. Agora eu tenho uma colagem no peito, pedaços costurados, papel roto, sangue escuro.
Porque quando ele está aqui eu o amo. Mas se não está, é tudo negro. Sabes o que é isso?
Pode ser como me disseram: drama. Eu li num livro que isso é uma "janela killer", deve ser mesmo a vontade de morrer. Agora eu nem sinto mais.
Eu sei que faço drama, só que às vezes não consigo evitar. Ao menos eu não sinto tanto quanto antes, eu consigo explicar. Só não sei se sou entendida. Mas é mesmo simples, muito simples: cafuné, abraço e shhhhh. Cale a boca. Só isso. Chega de dizer bobagens, não acha?
Porque quando eu digo que não quero que me escrevas é porque meu coração, tolo, tem no fundinho a esperança infantil de receber uma carta tua.
Com amor e gosto de cereja,
C.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Há 7 anos
Em 1º de agosto de 2002:
Acho que eu tenho direito de ficar triste e querer colo de vez em quando. Não quero ser um fardo, mas eu sou gente também. Não dá pra ter sangue de barata todo o tempo. Eu não consigo. Eu tô com medo. De te perder.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Carta a Daniel 10
hoje vou te escrever sobre mim. Pode parecer estranho, mas a realidade é que nunca te escrevo sobre mim. É sempre sobre ti. Mas hoje é diferente.
Sabe, no fundo, deve ter sido inveja, por mais que me seja difícil admitir. Deve ter sido inveja mesmo, e isso me faz sentir extremamente envergonhada. Eu disse pra uma amiga que a gente não deve ter vergonha de coisas que não são nossa culpa. Eu sei que não é minha culpa, embora no fundo talvez seja.
A inveja era porque eu tenho certeza de que não seria do mesmo jeito comigo. E eu gostaria muito que fosse. Não seria e isso não me impede de nada, talvez só dificulte um pouco mais, e eu não fiz nada e fiquei apenas sentindo pena de mim mesma e inveja alheia.
Depois tinha a história do café. Era mesmo muito boa embora não faça sentido nenhum. Eu comecei a história e depois esqueci onde eu queria chegar com ela e é bem provável que não fosse necessário chegar a lugar algum. O que importava era a história de como eu conheci aquele café numa madrugada quente em São Paulo, no quanto a companhia me fez bem e no quanto eu me senti sozinha e deslocada naquele fim de semana que acabou se repetindo em Curitiba 3 anos depois, no mesmo café, que acabou se repetindo mais 3 anos depois, de novo em São Paulo e acabou não se repetindo, mais 3 anos depois, na mesma Curitiba. Essa coisa de me sentir sozinha e deslocada. Curitiba não me fez mais sentir assim. 3 anos depois. Eu me senti bem, eu me diverti, eu senti que alguém teve saudades de mim.
Mas me fez ver o quanto de horror, mágoa e raiva ainda existe. A ponto de eu acordar no meio da noite sendo afogada por uma água salgada e fria de um oceano de decepção que eu ainda levo dentro de mim.
Me diz: não é realmente mesmo bom isso de ter a atenção e o afeto de alguém? Sem ter que ter feito nada de especial em troca? Não é mesmo bom isso de alguém olhar pra você, conversar com você e simplesmente gostar de você porque você tem toda uma gama de defeitos e qualidades que te tornam único e essa é a razão desse alguém gostar de você? Porque você é único?
Porque você é único. Você pode achar o que quiser de você mesmo, e você pode se comparar a quem quer que você se compare, mas você é único e, por isso, só por isso, merece ser amado.
Não merecemos quase todos?
Beijo com gosto de chuva,
C.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Profícua
É isso, então: vamos passar a chá de borboleta. Porque essa história de ficar comendo chocolate simplesmente não dá.
Eu imaginei. Entra aí. Senta. Toma um chá comigo. Nós não temos mais 17 anos. Isso não é bom nem ruim, apenas é. Nosso amigo faz cara feia, cai e levanta. Eu tento falar-lhe mas ele não me responde. Eu escuto música islandesa e sueca. Procuro alguém que também goste disso. Me diz: será que eu posso mesmo competir com a fantasia de olhos claros? Ou devo mesmo largar de mão o cabeludo? Porque ela não gosta de ti, sabe? Ela diz que tu me corta, e ela tem razão. E a outra disse que o limite foste tu a impor. Não eu. Nem queria impor, queria apenas limitar. Queria apenas dizer: não cruze essa linha, não chegue tão perto.
Partindo de um pressuposto que talvez seja pura pretensão minha, nós não gostamos de tanta proximidade assim, mas a desejamos, a desejamos muito.
E no meio de tudo isso: Lady Gaga é hermafrodita!!!!!! Vejam vocês... e aí me mandam isso por e-mail porque eu, de maneira bisonha, sou hermafrodita também, não é mesmo? Mas ele já tinha me dito que eu tinha esquecido como era ser homem, só porque eu disse que Rob Gordon é um idiota. Mas ele é mesmo. E o Ian também. Dois tremendos idiotas e eu ficaria com a namorada deles.
Eu olho, olho, olho pra essa foto e não consigo me decidir. De novo aquela coisa de saber o que eu não quero, mas não saber o que quero. Agora lembrei que tinha algo a acrescentar naquela lista do orkut! Sim, aos pouquinhos nós vamos indo. Aliás, eu vou indo. Tu eu já não sei. Mas assim, fica mais um pouquinho, eu tenho umas fotos e umas coisas pra te mostrar e quero que proves um alfajor.
Deve mesmo parecer ridículo eu dizer que sou chorona quando tem gente que acha que eu não choro, simplesmente não choro. Havia uma criança lá dentro daquela criança que foi afogada por algo de muito ruim. Ela vive na minha costela, mas eu sempre menti que era meu irmão gêmeo que tinha sido absorvido pelo meu corpo, já te contei essa história? É uma anedota pessoal.
Tu espera só um pouquinho? Vou ter que ir bater no síndico pro vizinho parar com essa música, senão nem conversamos direito. Come o alfajor aí, eu já volto.
Carta a Daniel 9
percebi que nos escrevemos pouco. Ou seria muito e eu acho que é pouco? Ou?
Não sei. De qualquer forma parecia tanto tempo e nem era tanto assim. Eu poderia te contar toda a minha vida se estivesses disposto a ouvir. Desvendariamos um mistério juntos. Como em Amelie Poulin.
Eu vi umas fotos, eu pensei que posso te encontrar lá. Naquele mar. No vento. Na chuva. Naquelas pedras. Levarei algumas nos bolsos para marcar o caminho. E sempre voltar.
Eu pensei hoje que nesses filminhos românticos bobos as pessoas nunca têm conflitos reais. Os apaixonados sempre se batem por causa de incompatibilidades de personalidades, creio eu. Mas não lembro de grosserias... sinceramente, eu não posso mais suportar grosserias. É quase como se elas me queimassem a pele já queimada.
Ele sempre parte de um julgamento imediato e superficial. Tu já passaste por isso. Tu sabes como é. Eu preferia esse bosta a alguém que aparenta ser o que não é. Eu entendo o que quiseste dizer.
O problema mesmo é rir mais com um estranho do que com qualquer outra pessoa. Eu quis dar muitos socos hoje e já não consegui. Amoleço. Desapareço.
O problema mesmo é essa parcial incapacidade de dizer não. Não, não, não, não, não, não, simplesmente: NÃO. Só isso. Eu preciso do sal do mar. Da maresia. Pássaros e as ondas a bater na praia. Estou cada vez mais repetitiva, não?
Mas falar me invadiu de paz. Foi natural. Talvez não grandioso, mas natural. Pacífico. Sem arroubos nem agressões. Essa é uma carta de feliz aniversário. Porque eu adoro aniversários. E pro teu aniversário eu te desejo paz. Que teu coração se abra e que tuas horas deixem de ser vazias. Que tu consigas sorrir de novo de verdade. Que tu possas estar comigo naquela praia de pedras brancas. Que tu possas te sentir acolhido. Que tu possas sentir calor. Que a luz do dia te alegre. Que os sorrisos das pessoas te encantem. Que a música te toque. Que a beleza te acalme.
Um beijo com gosto de água salobra,
C.
domingo, 26 de julho de 2009
Música linda de tudo
I'll keep stealing, breathing her.
Birds are leaving over autumn's ending
One of us will die inside these arms
Eyes wide open, naked as we came
One will spread our ashes 'round the yard
She says "If I leave before you, darling
Don't you waste me in the ground"
I lay smiling like our sleeping children
One of us will die inside these arms
Eyes wide open, naked as we came
One will spread our ashes round the yard
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Carta a Daniel 8
quinta-feira, 23 de julho de 2009
domingo, 19 de julho de 2009
My Tiny Vessels
"Transatlanticism"
The Atlantic was born today and I'll tell you how...
The clouds above opened up and let it out.
I was standing on the surface of a perforated sphere
When the water filled every hole.
And thousands upon thousands made an ocean,
Making islands where no island should go.
Oh no.
Those people were overjoyed; they took to their boats.
I thought it less like a lake and more like a moat.
The rhythm of my footsteps crossing flatlands to your door have been silenced forever more.
The distance is quite simply much too far for me to row
It seems farther than ever before
Oh no.
I need you so much closer [x8]
[instrumental break]
I need you so much closer [x4]
So come on, come on [x4]
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Amor mudérrrrno
To be cut adrift
You've been trying to reach me
You bought me a book
To be lost in the forest
To be cut adrift
I've been paid
I've been paid
Don't get offended
If I seem absent minded
Just keep telling me facts
And keep making me smile
Don't get offended
If I seem absent minded
I get tongue-tied
Baby, you've got to be more discerning
I've never known what's good for me
Baby, you've got to be more demanding
I will be yours
I'll pay for you anytime
You told me you wanted to eat up my sadness
Well jump on, enjoy, you can gorge away
You told me you wanted to eat up my sadness
Jump right
Baby, you've got to be more discerning
I've never known what's good for me
Baby, you've got to be more demanding
Jump left
What are you holding out for?
What's always in the way?
Why so damn absent-minded?
Why so scared of romance?
This modern love breaks me
This modern love wastes me
Do you wanna come over and kill some time?
Tell me facts, tell me facts, tell me facts
Tell me facts
Throw your arms around me