quinta-feira, 10 de abril de 2008

Ovelha negra


Pois quem ousa ser dissidente sempre será encarado como a ovelha negra... e não adianta tentar ser legal, ser razoável. Aliás, certas pessoas nem sabem o que signfica a palavra razoável. Certas coisas me exasperam. Uma amiga me disse ontem: corta o cordão umbilical. E eu penso se realmente é possível fazer isso. Será que mães e filhos conseguem mesmo separar-se? Esquecer-se? O que talvez agrave as coisas é que eu quero me bandear pro "lado negro da Força". É, é sim, é estranho isso... meio-irmãos. Sangue do teu sangue? Ou meros desconhecidos? Ou nomes em certidões de nascimento? E o pior é o elo: un viejo. Uma alma suja. Não imunda, mas suja... mas isso... eu também não sei, apenas suponho. E os fantasmas. E os ciclos. E tudo que eu não compreendo me vejo num futuro próximo tendo que aceitar.
Mas as pessoas enfiam coisas nas suas cabecinhas. Uma cara feia não me assusta. Da verdade, todos sabemos sempre menos da metade. As pessoas têm suas minhoquinhas de estimação na mente... e não conseguem, nem tentam, enxergar um pouco do que os outros vêem. E quando a pessoa acha que as coisas estão erradas, não adianta boa vontade: tudo sempre vai ser errado.

5 comentários:

natalia. disse...

Eu gosto dos teus textos que não compreendo. Estranho, isso.

E eu sou a ovelha negra da família, desde pequena (embora seja também o bebê mimado).

Vica disse...

Hahaha, interessante que algumas pessoas já me disseram isso, que gostam de tudo que eu escrevo e que não dá pra entender. E meu objetivo é que ninguém entenda.

Gabriel disse...

eu entendi.
sob uma ótica psicanalítica e toda pessoal, eu entendi.

mais ou menos como ler poesia.

abraço.

Gabriel disse...

O que te exaspera é o que te faz não querer ser razoável, no entanto tu o és, como se vê na maneira como tu racionaliza tudo, inclusive isto que está por vir:

Tua relação com a tua família e com tudo e todos que estão em volta de ti é direcionada pelo teu egocentrismo superlativo (comum a todos nós), e a maneira como tu vês uma ovelha negra é nada além da maneira como tu vê a ti mesma.

"Cortar o cordão umbilical" é impossível, e por isso mesmo tu te perguntas se dá. E por que se perguntar se "mães e filhos" conseguem se separar e depois sitar "un viejo"?

Vejo o tal do viejo como o teu pai, elo entre tu e o teu irmão ou irmã (irmão - sim). Alma suja como a tua, como a minha. Também odeio meu pai às vezes, mas no fundo o amo, e pouca gente tem coragem de admitir isso. Supomos que nossos pais são porcos porque é da natureza masculina ser porco.

E o que vai aconter em um futuro próximo, não posso prever - não sou cartomante - mas creio que se relaciona a uma grande reunião.

Paraste para pensar, afinal, quem é a ovelha negra? Tu, teu irmão/irmã, teu pai, tua mãe? No fundo todos são ovelhas negras por opção e com orgulho. Até aquele cara que faz de tudo para seguir a linha é uma ovelha negra.

O segundo, e último parágrafo nada mais é do que o resumo dessa provável "cisão" da tua família, muito comum no nosso século e mais comum ainda no nosso tão querido ocidente. Assim como o triste pessimismo em que mergulhas quando diz que tudo sempre vai ser errado.

Meu conselho:
Esse negócio de ovelha negra não existe. E não é que tudo sempre vai ser errado. Pelo contrário, às vezes (muitas vezes) o errado dá certo. O que acontece é que não temos poder sobre nada. Nada. E nada. E ponto.


Viajei completamente? Escrevi um comentário maior que o teu post.

Abraço e boa sorte na tua provável reunião familiar (familiar sim).

Vica disse...

Bah... realmente Gabriel, tu é sensível e perspicaz. O viejo é meu pai, mas ele não é porco, o sujo nada tem a ver com isso, tampouco com o fato de ser homem. Tu pescou bastante coisa.