sexta-feira, 11 de maio de 2007

Conflitos espirituais

Foto daqui.


A tv mostra cenas do Papa rezando missa para uma multidão em São Paulo. Cena comovente de fé. Meu marido comenta: não é incrível isso?? Que a fé mova as pessoas desse jeito, junte pessoas tão diferentes, de tantos lugares, que percorrem enormes distâncias apenas para ver o Papa, e elas não pratiquem essa fé no dia-a-dia?

Eu repliquei que as pessoas praticam, sim. Que as pessoas são boas em geral. Se não fossem, o mundo seria um lugar beeeem pior, não acham?

Pois a Santa quebrou lá em casa e nós fomos abençoados, realmente abeançoados pelos farelinhos de gesso. Mas fui convidada a ser dizimista da Igreja, ai, ai, ai... todo mês vai chegar um envelopinho lá em casa, para eu contribuir com as obras santas... faz parte.

Concluí que, de um jeito ou de outro, estou sempre metida com coisas de igreja.

Estudei em colégio católico no primeiro grau, no segundo grau estudei em colégio laico, mas fazia parte de um grupo de jovens na Catedral... de um jeito ou de outro, minha fé sempre foi muito católica apostólica romana.

Mesmo quem me conhece bem não sabe o quanto essas questões do espírito são importantes para mim, porque isso é muito, muito pessoal, e eu não discuto, nem comento muito sobre esses assuntos com minhas amigas, embora sempre dê um conselho ou outro.

Eu tive uma crise interna muito forte quando comecei a buscar outros caminhos, digamos assim, mais pagãos. Um enorme conflito interno sobre crença e fé. E a perda dos meus "super poderes".

Nessa época eu fui fazer terapia e tinha sonhos recorrentes com Nossa Senhora, Deus e o diabo, e coisas afins.

Foi por causa do sermão do padre numa missa que eu terminei com meu ex. Naquela missa, que eu fui sozinha de última hora, o padre casualmente falou sobre o sacramento do matrimônio e sobre relacionamentos em geral. Nossa, foi um soco na minha cara! Eu vi que nada do que eu queria eu tinha naquele relacionamento em que estava, que aquela pessoa só me fazia mal, que eu estava matando tudo de bom que tinha dentro de mim por causa de uma pessoa de quem eu nem gostava tanto assim.

A maior parte da minha terapia não foi sobre esse relacionamento, nem sobre outros problemas que eu tenho e/ou que as pessoas pensam que eu tenho, mas sobre esse bloqueio espiritual que eu estava sofrendo naquela época. Perder a fé em nós mesmos nos faz perder a fé no todo. Me ajudou bastante a terapia, isso é verdade. Deixei minhas bruxarias um pouco de lado, mas recuperei meus "superpoderes". Não que minhas bruxarias fossem maldades, mas eu estava lidando com coisas muito fortes pra mim naquele momento.

Nunca mais tirei as cartas, mas sempre que tirei acertei, embora algumas pessoas possam achar que não, é só pensar um pouquinho mais e ver que eu acertei, sim. Não tenho sentido a energia certa para tirar as cartas ultimamente, por isso deixei isso um pouco de lado. Tenho medo de abrir demais os meus canais, já que tem muita gente me atacando no plano espiritual ultimamente. Talvez a Dani tenha razão, talvez eu goste de provocar os invejosos.

Uma coisa que eu raramente faço é rogar pragas... tem gente que adora isso: praguejar, desejar o mal. Eu não desperdiço minha energia com isso por um motivo prático: as pessoas atraem o mal para si mesmas, e eu não me canso de observar isso em vidas alheias. Quanto mais as pessoas se queixam de que as coisas dão errado, mais elas procuram formas de se auto-boicotar e estar sempre sofrendo. Gostam que os outros sintam pena, porque pelo menos ganham atenção. É triste e patético, mas muito verdadeiro.

Eu sou antropóloga por natureza, observar o ser humano é um dos meus passatempos preferidos. Ler blogs, aliás, é penetrar numa fauna de seres interessantemente patéticos (não todos, claro, mas uma grande maioria), que têm uma verdadeira vidinha virtual que é totalmente alheia à vida real. Amigos virtuais e solidão real e contundente.

De tudo isso, é interessante que, de novo, a igreja me chama, me puxa, porque essa é a minha fé. E eu tenho enormes restrições contra a instituição Igreja, mas a fé é, realmente, uma das coisas mais bonitas e extraordinárias que existem no mundo e, de verdade, move montanhas. Principalmente a fé em si mesmo. A bondade e o amor no coração. Coisas que a gente faz de bom que não precisa sair espalhando aos 4 cantos, a Bíblia, aquele livro cheio de coisas sábias já dizia: "não veja a tua mão esquerda o que faz a tua direita". Quem é bom, é. Não precisa ficar fazendo propaganda. Se tu estás feliz, as pessoas vêem. Tu não precisas publicar mil fotinhos sorridente. Se tu és amado, os outros sentem, notam, percebem. Não precisas escrever isso mil vezes.

5 comentários:

Vica disse...

Tem foto do envelopinho do dízimo lá meu flickr.

Anônimo disse...

Amiga, adorei o post, me fez pensar. Um beijo.
Larissa

Simone Vedana disse...

Hoje eu estou só elogios para teus textos. Me identifiquei em vários momentos com esse aqui. Tb não concordo plenamente com a Igreja Católica, mas não adianta, eu gosto dela em outros aspectos. Tenho tb meu lado espírita que poderia ser mais desenvolvido, mas aí vou com calma. Já me interessei por tarôs, etc., mas isso só aumenta minha ansiedade e até mesmo "as cartomantes" dizem: existe o livre arbitrio. Então, quem sabe da nossa vida (presente e futuro) somos nós mesmos e Deus (ou seja, nós mesmos pq Deus está em cada um de nós). A gente colhe o que planta de alguma maneira. Beijocas e vamos continuar filosofando, rsrsrs

Simone Vedana disse...

Eu não acredito! tu quebrou a santinha, rsrsrs! Vai ver era ela te pedindo para rezar mais :)) beijocas

.: Malukete :. disse...

eu não discuto religião... nao sou católica e a religião que acredito é sempre bombardeada pela midia e pelo mundo...

mas, a fé move o mundo, move as pessoas... e isso é lindo...

beijos,
adorei teu post!!!

Carol..