Eu era um coração pesado de se carregar. Meu amado estava sobrecarregado. Eu tinha meus braços em volta do pescoço dele, e era muito, muito pesada. Era como se ele tivesse pés de chumbo, dava passos de concreto, mas me levava. Havia um assassino na multidão, ele se arrastava pelos corredores, não fazia nenhum barulho. Eu sabia que ele estava lá. Eu estava em volta dos seus tornozelos, tal qual cimento. Deixei com que tu afundasses lentamente. Mas meu amado nunca me abandonou.
Se o amor passado não foi uma benção, esse amado que me carrega é um presente. Ainda que muitas vezes meu coração seja tão pesado que ele mal possa carregar, meus pés nunca tocam o chão.
Passamos pelos lugares escuros que havia no caminho, ele não me deixou ter medo. Havia uma cachoeira, a água fria caiu sobre nós, atravessamos. Meus pés nunca tocam o chão. Ele me leva. E não me deixa ter medo, nunca me deixou na mão.
A floresta me dava calafrios, ele me disse para não olhar. Ele enfrentou tudo que havia e eu apenas coloquei meu rosto contra o seu corpo, eu não olhei, eu não quis ver, apenas ouvi e era assustador. Mas passamos, passamos pela floresta, continuamos no caminho, eu não sei onde ele me leva, mas deixo-o me levar.
Um comentário:
Oi Vica,
Vocè leu ou assistiu ao filme
"A Insustentável Leveza do Ser"??
Este post me fez lembrar tanto do livro ou do filme (aliás excelente).
Responda rápido - paixão emagrece e amor engorda???
Beijocas.
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