quarta-feira, 2 de junho de 2010

Extremamente alto e incrivelmente perto

Querido Jonathan,
terminei de ler teu livro ontem à noite. Confesso que no começo o estava achando chato. Chatíssimo, aliás. O menino Oskar Schell não me parece crível, porque nenhuma criança de 8 anos pode ser assim tão incrivelmente inteligente e chata. Somente ao final ele me parece uma criança. Aliás, somente ao final ele me pareceu um ser humano e não apenas uma personagem.
As melhores partes do livro são as cartas do pai ao filho. Ali tu mostras toda a tua sensibilidade como escritor. Mas não posso deixar de dizer que o tema do livro, o 11 de setembro, não poderia ser mais comercial. É um livro tocante, no entanto. Terminei de lê-lo com lágrimas. 
Creio que deixaste de ser "uma das vozes mais promissoras" da tua geração quando teu livro "Everything is illuminated" virou filme. Se Hollywood te quis, deixaste de ser promessa, passaste a ser uma coisa concreta, um produto, parte da indústria. Isso, no entanto, não retira tuas qualidades. És extremamente sensível e consegue descrever sentimentos profundos com maestria.
Mas, como eu disse, falta algo a esse teu livro. Um pouco mais de verossimilhança. Eu sei que é ficção, mas mesmo assim.
De qualquer forma, gostei do teu livro.
Um abraço,
Virginia

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