domingo, 17 de maio de 2009

Carta a Daniel 1


Querido Daniel, como estás?
Espero que bem.
Nossa vida ficou louca, mas mesmo assim tentamos (eu tento) dar um rumo, olhar pro horizonte, querer algo mais. No momento, o que posso te dizer é que tenho andado distraída, tal qual aquela música, sabe qual é? Com alguns objetivos, mas muito distraída quanto a quase tudo, parece que nada importa, nada importa. Na livraria eu disse: dessa vida, levamos apenas nossa sabedoria. Ela me respondeu: nem isso. E eu disse: então nada importa. Mas mesmo assim comprei 2 livros novos, tu sabes que eu amo ler.
Ela me disse: leia coisas que vão te fazer ir adiante. E eu disse: não leio nada que não me acrescente. O que é uma meia verdade. Ou uma meia mentira, mas que diferença faz?
As pessoas querem ser amadas, todos querem ser amados, como disse o Carlos, aquele amigo de quem te falo tanto. No entanto, o que eu percebo, é que não querem amar de volta. Será mesmo isso?
Eu quero saber de ti, como vai tua vida, que andas fazendo, mas, principalmente, em que andas pensando. Tens sentido algo? Eu tenho sentido muito pouco, o que me causa enorme estranheza, pois sabes como sempre fui intensa em meus sentimentos. Agora tudo me parece superficial e vazio. O horóscopo disse que o sol está entrando no meu signo, e isso significa que minha vida vai voltar a ter belos dias. Não sei se acredito.
Na verdade, meus dias não têm sido ruins, muito pelo contrário. Tenho tido vários belos dias, mas alguns carecem de significado. Tu sabes como eu estou sempre tentando dar significado e interpretação a tudo, mania terrível, da qual venho tentando me livrar há algum tempo.
O que eu não entendo é a falta de sinceridade e franqueza das pessoas em geral. Qual a dificuldade que encontram? Nós, os francos, somos chamados de rudes, grosseiros, mas ao menos somos livres. Mais que isso: não somos covardes. Sei que concordas comigo nisso, tu, sempre tão corajoso, tão direto, tão franco.
Ele me disse: sei que tu gostas de franqueza. E eu realmente gosto. Não peço nada além disso.
Conte-me, amigo, o que aspiras ultimamente?
Vou voltar às minhas leituras.
Como todo amor,
C.

4 comentários:

G.D. disse...

Nunca li esse. Parece estar bom.

PS: meu deu ARREPIOS essa foto.
PS2: pena que nao conseguiu ir. Foi uma festa, digamos, ANIMAL.

AdriB. disse...

Tenho escritas cartinhas tb, mas não às entrego. Acho q no fundo eu sou a destinatária...

Vica disse...

Essa é a primeira de uma série de cartas ficcionais. Não sei se leste no outro blog as cartas em inglês, Adri? É tipo um mesmo projeto.

AdriB. disse...

Não li não, Vica. E em inglês fica um tiquinho dificil...