quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Sobre o Alcoolismo

Você acorda às 5 da manhã, com o vestido que você usava quando saiu, as sandálias ao lado da cama, a bolsa em cima da mesa com seu dinheiro e cartão dentro, o celular na cama ao seu lado, o vizinho milagrosamente em silêncio e, fora a tremenda dor de cabeça, tudo aparentemente em ordem (a porta está chaveada) e você pensa: Deus gosta mesmo de mim.
Porque eu não lembro como cheguei em casa, não lembro de pagar a conta e não lembro de sair de onde eu estava. Não sei se vim caminhando, de carona ou de táxi. Minha memória foi até certo ponto e parou. O resto é uma incógnita. A única coisa que eu sei é que não deveria ter aceitado o conselho do garçom de pedir Salton Prosecco porque todo Salton é do demo e causa essa terrível dor de cabeça no dia seguinte. E causa amnésia alcóolica. Eu lembro que antigamente eu achava que esse lance de amnésia alcóolica era desculpa esfarrapada de quem sabia que tinha bebido e aprontado alguma, mas não é não. Porque foi a partir desse ano que eu fiquei meses sem beber que agora toda vez que eu passo da conta eu acabo esquecendo um pedaço da noite. Numa dessas eu consegui bloquear a senha do meu cartão de crédito.
E aí eu tive um sonho tão longo que mais parecia um filme: começou com a Gisele Bündchen chegando na minha casa e querendo contratar a empregada da minha mãe pra lavar as roupas dela. Sendo que ela já trazia um saco gigante que tinha até um sofá dentro. Depois, eu ia participar de um passeio coletivo de bicicleta pela paz e para que as pessoas deixassem de ser sedentárias. Todas as bicicletas eram brancas e estavam amarradas umas às outras com fitas brancas. A gente saía do prédio e tinha que atravessar um cinema, de bicicletas, para chegar na rua. Aí a rua estava um caos porque uns menores infratores tinham fugido da Febem e tava rolando tiroteio. Nisso, eu atropelei com a bicicleta uma menininha que correu na minha frente. Ela só teve uns raladinhos, mas a mãe dela disse que eu deveria levá-la ao PS e deixou a menina comigo. Só que eu não tinha como chegar no PS por causa do tiroteio, aí eu fugia e a menininha transformava-se num cachorrinho e eu a levava a um veterinário.

E agora tô aqui, morrendo de dor de cabeça mas comendo torradas feitas na minha torradeira nova.

2 comentários:

G.D. disse...

PORRA.

Logo o "De profundis" que foi uma das unicas coisas DA BICHA que eu nao li...!!!

Esse ano prometi que pararia de beber 34 vezes.

AdriB. disse...

Sabe que acabei de tb contar da bebedeira lá no meu blog??? E curiosamente tb falei sobre Deus, no meu caso ele não gosta de mim.

Qdo acordei no dia seguinte a primeira coisa que fiz foi olhar a carteira, apavor, pensando: qto não deu a droga da conta??

Mas te esclareço: tu foi pra casa de carona, entregue na porta.

E eu não tive dor de cabeça nenhuma (amei!), só uma tristeza horrorosa....ai, ai.

Melhoras, migs!