domingo, 21 de junho de 2009

Carta a Daniel 5


Querido Daniel,
eu percebi. Ao menos acho que percebi. Não digas nada, tudo bem. Eu quis te ligar, eu quis te mandar um e-mail, eu quis te perguntar. Não fiz nada disso. Mandei uma mensagem no teu celular, e acho que ela voltou. Ou sequer chegou. Não obtive resposta e não quero admitir que talvez isso seja a resposta.
Deixei uns 5 recados no voice mail de um celular da Inglaterra. Nem sei se o número estava certo, mas eu tive que pedir: please, please, contact me, I wanna talk to you. Fiquei de tentar de novo. It's a mobile, right? Então eu nem preciso mais me preocupar com o horário.
Depois tocou Shania Twain e eu pensei que era um sinal. Eu e essa história ridícula de sinais. Não houve nada aí, tu sabes. Nada, a não ser o vento de mudança. Eu acredito no vento de mudança, tu deves me achar completamente doida.
Acho que tiraste lágrimas de dor de dentro das tuas veias. Havia sangue no meu sonho. Não era o teu sangue no meu sonho, mas eu senti como se fosse a dor de dentro do teu sangue naquelas tuas frases que lembravam de quando eras alegre. Depois morremos e não sei bem o que restou. Agora eu consigo sorrir. Precisava de colo e de que tu dormisses comigo. Acho que não vens agora, mas me agarro à uma esperança quase infantil (ou apenas tola), de que tu vens, tu realmente vens, e eu só tenho que te esperar.
Mas me disseram que querer isso não é infantil, então eu quero. Fico esperando os tais sinais, fico esperando o vento vir soprar idéias no meu ouvido. Fico esperando que o vento me traga notícias tuas, me traga um beijo teu no meu rosto.
Algo que acalente. Algo que me encha de esperança. Essa idiota que recusa-se a morrer.
Porque assim o verão chega mais rápido e com ele o sol. E dias de luz, que precisamos os dois. Pés na areia da praia, não me custa nada sonhar, então eu sonho.
Quando voltares dessa escuridão interna onde eu penso que estás agora, mande-me notícias.
Muito amor,
C.

Um comentário:

Mônica disse...

Essas cartas dariam um livro e tanto. :*