Pasmem! Como eu já havia dito, os sapatos de Dorothy, na verdade, não eram vermelhos! Eram prateados no livro. Muitos butiás rolaram do meu bolso quando descobri.
Passado o choque inicial, prossegui na leitura, que foi imensamente prazerosa. Não é à toa que este livro é um dos maiores clássicos da literatura infantil: é uma delícia! Um conto de fadas moderno, com direito a várias lições de moral nas entrelinhas.
A história todo mundo já deve conhecer, mas não custa repetir: por causa de um tornado, a casa onde Dorothy vive com a Tia Em e o Tio Henry, no Kansas, sai voando pelos ares, levando a menina e seu fiel escudeiro, o cãozinho Toto, para a mágica terra de Oz, o feiticeiro.
Logo ao chegar, Dorothy vira heróina da terra dos Munchkins: a casa dela caiu em cima da Bruxa Má do Leste. Esmagada pela casa, para horror da nossa heróina, menina boa de coração puro, da bruxa sobram apenas os sapatos prateados, que ficam de herança para Dorothy. Os sapatos são mágicos, mas a menina não sabe disso e vai viver muitas aventuras até retornar para casa.
Glinda, a Boa Bruxa do Norte, diz à menina que ela deve procurar a ajuda do grande Oz, um feiticeiro, que poderá fazer com que ela volte para casa. Para chegar até ele, Dorothy deve seguir a estrada de tijolos dourados.
O interessante é que o Kansas de Dorothy é descrito como um lugar todo cinza. Seu tio e sua tia são também pessoas "cinza", que nunca sorriem. Já Oz é um mundo colorido. E isso foi explorado no filme, que começa em sépia e depois usa a tecnologia technicolor para colorir o mundo de Oz.
O interessante é que o Kansas de Dorothy é descrito como um lugar todo cinza. Seu tio e sua tia são também pessoas "cinza", que nunca sorriem. Já Oz é um mundo colorido. E isso foi explorado no filme, que começa em sépia e depois usa a tecnologia technicolor para colorir o mundo de Oz.
A terra de Oz é divida em quatro "cantões", por assim dizer. Há a terra dos Munchkins, no Leste. Há a terra da Boa Bruxa do Sul e da Boa Bruxa do Norte, bem como a terra da Bruxa Má do Oeste, a quem Dorothy deve matar para voltar para casa.
A cidade das Esmeraldas, onde vive o Mágico de Oz, fica no centro disso tudo.
No caminho, Dorothy encontra seus companheiros de viagem: o Espantalho, o Homem de Lata e o Leão Covarde. Eles decidem viajar com ela pois querem pedir a Oz, respectivamente: um cérebro, um coração e coragem.
No livro há personagens e passagens que não estão no filme, como a terra de porcelana, os ratos do campo, e os homens cabeça-de-martelo. É uma pena, porque essas passagens estão recheadas de mensagens nas entrelinhas. Em especial a terra de porcelana, onde todos os habitantes são feitos de porcelana, e se quebram facilmente. Me parece que a mensagem do autor, nessa passagem, foi a de que você não pode se quebrar muito (num sentido psicológico), ou nunca mais será o que era antes. Há uma personagem aqui que representa essa idéia: um palhaço. Segundo a princesa de porcelana, o palhaço não era bem certo de tanto se quebrar.
Há muitas idéias no livro, lições para Dorothy e para as crianças, sobre como encarar o mundo lá fora.
Há passagens um tanto sanguinárias, como a cena do Homem de Lata cortando a cabeça de um gato gigante para salvar a vida da Rainha dos Ratos do Campo, ou então quando ele mata (também cortando a cabeça) todos os lobos selvagens que a Bruxa Má do Oeste manda atrás de Dorothy e seus amigos.
Dorothy é uma menina boa, que é sempre socorrida e protegida pelos amigos que faz nas terras de Oz, e consegue escapar ilesa de todas as provações que a história do livro lhe impõe.
Apesar de ter achado o livro melhor, eu continuo amando o filme e acho que a idéia de transformar os sapatos prateados em vermelhos foi genial.
Aliás, a questão dos sapatos é total referência à questão da menina que vira mulher. Os sapatos vermelhos traduzem mais essa idéia.
Como toda fábula, a história fala das vicissitudes de crescer, deixar a infância e os amigos da infância para trás, e entrar na vida adulta. É um belo conto de fadas e aqui você pode lê-lo na íntegra (em inglês).
Esse texto faz parte do projeto de blogagem coletiva Desafio Literário 2011, proposto pelo blog Romance Gracinha. A resenha corresponde ao mês de Janeiro, cujo objetivo é ler um livro de Literatura Infanto-Juvenil.
Confira no blog do desafio as resenhas dos outros participantes para este mês.
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