segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

I'm talking pedicure on my toes, toes...


Eu me pus brilhante. Eram 5 da manhã. Eu tremia dos pés à cabeça e delirei. Criei os diálogos mais bem escritos de todos os tempos. Eles falavam de vida, falavam de morte. Eu tentei dormir. Eu tive sonhos coloridos. Eu tive sonhos doloridos. Eu acordei confusa e cansada. Eram brilhantes, simplesmente brilhantes aqueles diálogos que me esvaíram pelos dedos conforme eu recobrava a consciência. Conforme eu encarava a realidade de todos aqueles fatos. E as cartas, e tudo o que havia nelas. Sim, o caixão, a morte, estava tudo ali. De algum jeito eu já sabia e apenas fingi não saber naquele arrepio. Mas havia outras coisas que me tranquilizaram. E houve também aqueles números: 4-54. 4-54. 4-54. E a certeza de que alguém morreu na hora certa.
Dentro de mim, ainda existem coisas a matar. Todas as noites tenho sonhos perturbadores, exaustivos. São os monstros que vêm à tona.
Janeiro de 2010: 31 dias. 31 dias que dariam um livro de muitas, muitas páginas. 31 dias de altos e baixos, de reviravoltas, de tramas intrincadas, de morte e de vida, de descobertas e de lágrimas. Sorrisos, abraços, beijos, despedidas, chegadas, tragédias, romance, comédia.
Um mês, apenas um mês. Um mês que é apenas o primeiro de mais 11 que vêm por aí. O que eu quero do futuro resume-se em: dinheiro, Paris, este amor, felicidade compartilhada, casa nova, manhã de sol, um cachorro, um carro, Nova York, São Paulo. Não necessariamente nesta ordem. Mas tudo junto. Em 2010.

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