terça-feira, 19 de outubro de 2010

To be continued...

Eu andava com um problema um tanto sério. 
Depois do almoço eu costumava tomar um cafezinho. Sentava na mesa do mesmo café, praticamente todos os dias. 
Ficava ali, bebericando o café, olhando o movimento. Apoiava o cotovelo na mesa, a cabeça na mão. 
E tudo acabava por me distrair tanto, que minha cabeça soltava do corpo e quando eu percebia, estava em cima da mesa ou, pior, já tinha rolado da mesa ao chão. 
Quando isso acontecia era muito embaraçoso. Um corpo sem cabeça não tem bem como saber para onde vai, e uma vez acabei por chutar minha própria cabeça, que bateu na vitrina de uma loja e voou, pousando com uma expressão muito séria, no colo de uma senhora, que deu um grito de horror e depois ficou paralisada, encarando-me estupefata. 
Como eu disse, era muito embaraçoso. 
Mas era algo que acontecia sem que eu percebesse. 
Eu andava muito distraída naquela época, e minha cabeça queria ir embora do meu corpo, eu acho. 
Fato é que se soltava e eu me via nessas situações terríveis de ter que andar sem cabeça por aí. 
Às vezes alguém fazia a gentileza de resgatar minha cabeça e colocá-la de volta no lugar. 
Mas, na maioria das vezes, as pessoas ficavam tão escandalizadas, que apenas me olhavam com reprovação, enquanto eu tentava localizar minha própria cabeça, andando feito barata tonta. 

(... continua ...)

Um comentário:

Dani Antunes disse...

Ok, ok... Admito! Sou curiosa! rs
Qd continua?