Quando as pessoas saem repetindo coisas sem saber de onde elas vieram?
"I'm selfish, impatient and a little insecure. I make mistakes, I am out of control and at times hard to handle. But if you can't handle me at my worst, then you sure as hell don't deserve me at my best."
— Marilyn Monroe
sexta-feira, 30 de julho de 2010
terça-feira, 27 de julho de 2010
A garrafa azul
Dentro dela havia um líquido que ela me jurou que se eu bebesse, morreria e nasceria de novo, exatamente do jeito que eu sempre quis ser.
A ensanguentada andava largando pus em vez de leite pelo bico dos seios e eu não entendia porque ela simplesmente não amamentava o próprio filho. Disse a ela que ela também poderia beber da garrafa azul: ela não quis.
Fiquei ali contemplando o espetáculo de sangue e nojo, entre nauseada e espantada com a cena, com o egoísmo, com todo o ato. Era como teatro. Era um puro fingimento. A rainha das sem noção achava lindo e comentava que era mesmo hora de experimentar o mundo. Que mundo? Isso eu não sabia.
O que eu sabia é que poderia apenas morrer ao beber da garrafa azul e não tinha bem certeza se era isso mesmo que eu queria. O que eu queria, ali, naquele momento, era que alguém me salvasse. Me tirasse da cama, me botasse a correr e suar. Me fizesse parar de pensar e chorar.
Enquanto eu esperava, ficava ali, vendo aquela pessoa feita de sangue atuar. Encenar a vida perfeita, a humanidade perfeita cercada pelas paredes de açafrão de uma casa de mentira.
Eu não conseguia lembrar qual das pílulas era que a que me levaria de volta à Matrix: azul ou vermelha?
Tive medo do sangue, então fui embora. Que os outros continuem com seus atos, com seus sofrimentos guardados a sete chaves, e sua felicidade de plástico estampada no rosto.
Levei a garrafa comigo, posso precisar dela.
terça-feira, 20 de julho de 2010
Oh, yes, she did it.
Achei um tumblr só com fotos da Marilyn Monroe. Eu amo Marilyn Monroe. Olhando aquele monte de fotos eu concluí que ela se matou mesmo. Por quê? Não sei, mas desconfio.
Young and Happy
Still young but just not happy anymore...
domingo, 11 de julho de 2010
Le Petit Nicolas
Ontem fomos assistir esse filme no Guion Center, ali no Nova Olaria, na Lima e Silva. É uma graça de filme! Divertido, leve, com criancinhas fofas que falam francês! O Pequeno Nicolau é uma história em quadrinhos muito popular na França (muito popular mesmo, é como a Mafalda na Argentina). O filme mostra algumas das aventuras da personagem e de seus amiguinhos. Mas todo elenco é ótimo, inclusive os adultos. Vale muito a pena assistir.
E pra quem gosta de cinema, ainda dá tempo de aproveitar o Fantaspoa 2010. A seleção tá bem eclética, até comédia romântica tem. Tem uns filmes violentos demais, na minha opinião, mas tem outros que parecem muito bons. Vai até dia 18/07, próximo domingo, com sessões no Santander, no CineBancários e na Sala PF Gastal (Gasômetro).
Finalmente terminei de ler Frenêsi Polissilábico, do Nick Hornby. Foi uma leitura prazerosa, um livro sobre livros, bem interessante. Mais parece que ele está conversando com o leitor, tem bons momentos de crítica literária, e outros de besteirol total. Mas eu já tinha muitos e muitos livros na minha lista de leitura mental, e agora tenho outros tantos mais, graças ao Hornby. Espero que Borges esteja certo, e depois que eu morrer, meu paraíso, ou mesmo meu limbo, seja uma biblioteca. Claro, há dias em que a gente prefere fazer outras coisas a ler. É preciso viver, não é mesmo? Mas a leitura é algo essencial para mim, não sei viver sem.
Agora tenho que terminar o Prozac Nation, e já deixei No Coração das Trevas na espera, que esse livro é do desafio literário. Ando meio relapsa com o desafio, eu sei, mas já li bastante dos títulos da minha lista.
Em julho, eu deveria ler um livro que foi adaptado para o cinema. Escolhi About a Boy e deixei O Guia do Mochileiro das Galáxias como reserva. Bom, eu não li About a Boy, apesar de ter o livro, e só vi o filme. Mas li O Guia do Mochileiro das Galáxias há meses já, e ainda não vi o filme. Depois vou resenhar o Guia, que é um livro bem legal.
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quarta-feira, 7 de julho de 2010
O apanhador no campo de centeio
Resolvi ler esse livro de tanto que se fala sobre ele e, mais ainda, sobre seu autor, especialmente porque ele faleceu no início deste ano. Confesso que não é nada do que eu esperava embora seja difícil definir o que eu esperava. Mas o título é confuso para mim. Já cheguei na parte em que ele menciona de onde saiu esse título, mas fico achando que foi mal traduzido mesmo que eu ainda não tenha conseguido pensar num termo melhor. De qualquer maneira, agora, já é tarde para querer mudar o título de um livro clássico. Ainda não cheguei ao final, mas ele é realmente intrigante. A personagem central é muito atípica, eu diria.
Um adolescente muito Peter Pan, Holden Caulfield tem 17 anos e acredita que o mundo é feito de cínicos. Todos são falsos e hipócritas e ele é superior a praticamente todas as pessoas que conhece. Existem várias análises a respeito dessa personagem e da história (uma muito boa em inglês aqui e outra em português aqui), mas me parece que ele era, acima de tudo, um deprimido por ter perdido o irmão mais jovem, que em sua concepção era a criança inocente e a melhor pessoa de sua família. Li uns comentários no Skoob de umas pessoas que não gostaram do livro justamente por esse lado depressivo da personagem, para ele tudo era ruim e horrível.
No entanto, eu consigo compreendê-lo muito bem. Acho que toda pessoa que já sofreu de depressão consegue compreender o sofrimento alheio que não tem motivo físico.
Uma das inovações do livro foi a linguagem utilizada, já que ele é narrado em primeira pessoa e utiliza um vocabulário e maneirismos próprios de adolescentes (do adolescente norte-americano da época). É um tanto cansativo, às vezes, por causa da repetição. Se alguém fosse fazer uma adaptação desse livro para o jeito como os adolescentes brasileiros falam hoje, ia ter um "tá ligado?" no final de cada parágrafo. Chato, né?
Acho que o que mais marcou a respeito do livro foi o fato de seu autor ter virado recluso e publicado muito pouco depois do sucesso que essa obra fez. Teve uma vida bem longa, J.D. Salinger (morreu aos 91 anos), mas escreveu poucos livros e parou de publicar em 1965.
Vale a leitura pelo aspecto cultural da coisa.
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