Apenas para não perder o raciocínio...Ontem eu tava de papo com o
Carlos no msn. Gosto de falar com ele, apesar de não nos conhecermos pessoalmente, porque sempre temos essas conversas aleatórias e edificantes sobre nosso jeito de ver o mundo em geral. A mesma coisa com Dr. Nérso, ou Chicão, ou Chico, ou
Madureira... adoro conversar com ele, a gente tem vários papos de bar através do msn... pena que ultimamente não temos tido muito tempo. Então a gente tava conversando sobre relacionamentos e tal. Eu dizendo que geralmente sou faca na bota e falo o que eu penso, e isso às vezes causa desconforto nos outros, tem gente que até me chamar de "rude" já chamou, mas deixa assim. E ele me perguntou com quem eu conversava se eu tinha um problema com meu marido, já que eu disse que não gosto de churumelas. Mas como eu disse pra ele: desabafar os problemas é uma coisa, ficar de churumela é bem outra. Porque tem gente que fala, fala, fala, mil vezes no problema e sabe qual é a solução, mas simplesmente não toma uma atitude. Poupe meus ouvidos, tá? (Aliás, peço desculpas às amigas por eventuais deslizes meus). Outra coisa é você estar chateado por qualquer coisa e querer uma palavra de consolo. Nem tudo é um problema, e nem tudo tem outra solução além de falar a respeito, processar e seguir adiante. Mas se eu tenho um problema com meu marido, geralmente eu espero a raiva passar, se for o caso, e depois eu converso diretamente com ele. Ora, se o problema é com ele, só ele pode resolver. O mal da maioria das pessoas é que elas gostam de se queixar, mas tomar atitudes com relação às coisas que incomodam, geralmente são das mais trágicas/drásticas ou, então, simplesmente não fazem nada, além de alugar ouvidos amigos para despejar as lamentações. Sinto muito: não sou o muro. Não despeje suas lamentações sobre mim. Todo mundo tem seus momentos "mimimi" (lembram do Chaves chorando no seriado?), é do ser humano. Mas algumas pessoas fazem disso um (mau) hábito. E a verdade é a seguinte: qualquer relacionamento, para dar certo, precisa de muita paciência.
E respeito. Na boa, sem respeito, pra mim, acaba tudo. Eu não consigo nem olhar na cara de alguém que eu não respeito. Putz, quando minha sogra me contou que meu marido deu um tapa na ex-namorada dele, na frente dela, eu achei que ela tava falando de outra pessoa. Que tipo de ser humano consegue estar num relacionamento assim? Em que tomar um tapa, mesmo que não seja forte, é normal? Ela disse que eles não tinham vida. Eu sei lá, é a visão dela, e pelo que ele me contou, respeito era uma coisa meio em falta naquele relacionamento. No entanto, eles viveram 4 anos assim. O ser humano é especialista em empurrar as coisas com a barriga, não é mesmo? Mas comigo a coisa é bem diferente. Da única vez que meu ex me faltou com o respeito, e rolou uma agressão física, eu não pensei duas vezes:
nós não temos mais nada para conversar, e foi assim que acabou. E eu já vinha empurrando o relacionamento com a barriga (que tava bem grande por sinal, com 20kg a mais no corpitcho) por mais de ano, e talvez tivesse empurrado ainda mais tempo, não fosse o referido episódio que aconteceu na noite do Oscar 2005 (é, acho que nunca vou esquecer). Ainda bem que o negócio foi leve, se tivesse sido mesmo sério, eu digo uma coisa: eu teria feito de tudo para criar todo tipo de entrave na vida do sujeito. Com certeza, ele demoraria muito tempo a conseguir sua carteirinha da OAB se eu tivesse que registrar ocorrência. Sei que não deixaria barato. Se tem coisa que eu não tolero é agrassão física, isso vai além da falta de respeito, é uma falta de tudo. Mais interessante era o indíviduo esse em questão, dias depois, chorando na frente da minha casa, pedindo para voltar e dizendo que me amava... se isso é amor, prefiro não amar. Não ser amada, não saber o que é isso, com toda sinceridade. Bom, águas passadas, bem passadas, graças a Deus. Não vou dizer que meu relacionamento atual é perfeito.
Mas digo que é perfeito pra mim. Sem esforço, sem um pouco de abnegação, não há amor que dure. É preciso muito mais que uma cabana. Só que eu sei que uma coisa é um pouco de abnegação, e outra, bem diferente, é a pessoa se sujeitar, se rebaixar, se vitimizar, se colocar em situação de inferioridade. Disso, não há volta. Pior é que tem gente que só sabe se relacionar se for assim. Para mim, as coisas têm de funcionar na base do
respeito, da
igualdade, da
sinceridade, acima de tudo. E sei que muita gente aí, que adora cantar felicidade, no fundo, ou, melhor, na superfície mesmo, não tem nada disso que eu falei no seu relacionamento. Só que eu não preciso julgar ninguém. A vida julga, a vida ensina, e como diria Sartre:
o inferno são os outros.
Assim como tu podes ter alguém que é o paraíso pra ti. (E isso me lembra o Ralph Fiennes, que eu amo, no Jardineiro Fiel:
I don't have a home, Tessa was my home. Quem tem, tem, e quem não tem... perdoa. Hahahahahahaha!)