domingo, 26 de julho de 2009

Música linda de tudo

She says "wake up, it's no use pretending"
I'll keep stealing, breathing her.
Birds are leaving over autumn's ending
One of us will die inside these arms
Eyes wide open, naked as we came
One will spread our ashes 'round the yard

She says "If I leave before you, darling
Don't you waste me in the ground"
I lay smiling like our sleeping children
One of us will die inside these arms
Eyes wide open, naked as we came
One will spread our ashes round the yard

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Carta a Daniel 8


Querido Daniel,
8 é um número mágico, do infinito. E o que me pega por dentro e me mastiga e me cospe é essa falta de possibilidade de pensar no infinito. E as bobagens que tenho feito, que nem com 15 anos de idade tinha feito. Os erros que eu cometi que vêm se esfregar na minha cara e esse frio por dentro e por fora, que não termina, não termina...
Porque eu não posso mais planejar? Porque eu não posso mais querer? Porque tanto vazio, tanto vazio, tanto vazio? E frio? O calor que me faz suar é ruim. Não é um calor de verdade, é de mentira. E acho que tens razão quando dizes que tenho a aparência enfermiça de um poeta romântico. Mas agora morro de falta de amor. Pálida. Fria. Triste.
Eu queria a árvore de natal, os presentes, a comida e os abraços quentes. Sorrisos. E só vejo tristeza no fundo dos meus próprios olhos. Há momentos em que o mundo se torna um lugar absolutamente horrível e poucas coisas salvam. Mas hoje ele disse pra mim que as pessoas nunca amaram tanto, e eu quis acreditar. Eu juro que quis acreditar, mas até agora acho que não acredito. Sinto como se fôssemos todos mendigos dormindo na rua nesse frio abissal. E, no entanto, poucos são os que se aproximam uns dos outros na tentativa de se aquecerem.
Eu vou guardar teus iogurtes na geladeira, prometo que eles não vão estragar. Todo dia acordo nauseada e hoje não foi diferente. Vontade de vomitar o mundo que durou o dia inteiro. Tentei me concentrar na comida. Tentei pensar que era realmente boa. Tentei dizer: amiga, não coma bobagens, esqueça disso, tu não precisas disso. Tentei dizer: amiga, é melhor que seja assim. Tentei dizer: amiga, cospe na cara dele e nunca mais lhe dê ouvidos. Tentei, tentei. O máximo que consegui foi consolar um choro que tinha muito motivo. Que era quase meu. Porque foi dia 23 e no dia 22 eu esqueci de cantar aquela música que eu um dia prometi cantar todo dia 22 por qualquer motivo que eu não lembro. Já não importa.
Ele me disse que eu sou uma pessoa ótima. Ontem eu ouvi que sou uma pessoa legal que vai achar alguém legal. Mas eu preciso de calor, carinho e futuro. Talvez nessa mesma ordem. Coisa que eu não sou capaz de dar. Futuro. Alguém? Alguém?
Talvez quando a gente não tem mais nada a perder, seja a hora de ganhar. Eu ainda desconfio. E vejo quanta gente escrota ainda pisa nesse mundo lindo. E os erros vêm e me sujam a face. Debocham de mim. E eu apenas observo.
Preocupei-me com a ausência e talvez não seja nada. Talvez eu me importe demais, seja legal demais. Ainda. Mesmo com todos as pedras que tomei no meio do caminho. Os tombos que levei. Não quero me vangloriar. E ele conhece uma nova eu. Essa pessoa que fica com ele, que eu não sei quem é. Será que tu gostarias de conhecê-la?
Amanhã vai ter sol e vai nevar. Ah, vai. Eu vou pra Etretat, te contei? É, eu vou. Olhar aquele mar por ti.
Um beijo salgado e frio,
C.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A night out

Cold night on 365project.org
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domingo, 19 de julho de 2009

My Tiny Vessels

Essa música me diz muito...

"Transatlanticism"

The Atlantic was born today and I'll tell you how...
The clouds above opened up and let it out.

I was standing on the surface of a perforated sphere
When the water filled every hole.
And thousands upon thousands made an ocean,
Making islands where no island should go.
Oh no.

Those people were overjoyed; they took to their boats.
I thought it less like a lake and more like a moat.
The rhythm of my footsteps crossing flatlands to your door have been silenced forever more.
The distance is quite simply much too far for me to row
It seems farther than ever before
Oh no.

I need you so much closer [x8]

[instrumental break]

I need you so much closer [x4]
So come on, come on [x4]

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Amor mudérrrrno

To be lost in the forest
To be cut adrift
You've been trying to reach me
You bought me a book
To be lost in the forest
To be cut adrift
I've been paid
I've been paid

Don't get offended
If I seem absent minded
Just keep telling me facts
And keep making me smile
Don't get offended
If I seem absent minded
I get tongue-tied
Baby, you've got to be more discerning
I've never known what's good for me
Baby, you've got to be more demanding
I will be yours

I'll pay for you anytime

You told me you wanted to eat up my sadness
Well jump on, enjoy, you can gorge away
You told me you wanted to eat up my sadness
Jump right
Baby, you've got to be more discerning
I've never known what's good for me
Baby, you've got to be more demanding
Jump left

What are you holding out for?
What's always in the way?
Why so damn absent-minded?
Why so scared of romance?

This modern love breaks me
This modern love wastes me

Do you wanna come over and kill some time?
Tell me facts, tell me facts, tell me facts
Tell me facts
Throw your arms around me

quarta-feira, 15 de julho de 2009

As fogueiras no verão


Era um hotel de madeira branca e velha, dois andares, com balcões. Areia fofa por todo lado, mas não se via o mar. Era uma construção voltada para si mesma, e a dicotomia do mundo apresentava-se em pessoas boas vestidas de branco e pessoas más vestidas de preto. Tu eras bom, estavas de branco. No mundo acordado tu és cinza, bom e mau. No fundo um perdido. Na superfície um arrogante escroto.
Minhas sapatilhas azuis não me serviam nos pés. Eram feitas de crochet e lindas. Se eu as calçava sem meias, de pés nus, ficavam grandes. Se colocava meias, ficavam pequenas. Mas eu custava a me convencer a desfazer-me delas: atrapalhavam meu caminhar naquela areia fofa, mas eram lindas. As mulheres usavam turbantes brancos na cabeça. Havia cachorros e pequenos insetos um tanto assustadores. Aquela nossa amiga me saudava com seu sorriso habitual: grande, cheio de dentes, mais do que bonito: sincero. Trazia flores nas mãos. Não sei onde íamos. Eu me aproximava de ti e me mostravas uma ferida em carne viva no teu braço. Era tão feia que eu quase acordei.
Depois quando estava de volta ao mundo desperto, eu entendi. Mesmo assim disseste que eu não te conheço, e isso é meia-verdade. Eu podia inventar baboseiras românticas, mas devo aceitar que é solitário viver sem Deus. E só.
Faltou a fogueira naquela festa onde não estiveste. Faltou a fogueira do luau na beira da praia onde não estive no ano que já quase termina.
Eu vi a fraqueza estampada no teu corpo de louva-deus. Te comeria a cabeça, sabes? Mas preferi te deixar dançando ao sabor do vento, quem sabe aonde ele te leva?
O meu vento, esse me leva ao outro lado do oceano, a um lugar amado por alguém que eu penso amar. Para ver o mar, para ver o mar. Jogarei flores naquele mar, que na verdade é esse mesmo mar daqui. A água salgada e fria há de curar todas as minhas feridas. A tua, não sei, talvez nunca te cures.
Havia um sorriso naquele olhar que só ele viu. Tu preferiste apagá-lo. Quão triste isso pode ser? Além do fato de que eu não chorei no dia que deveria ser o meu mais feliz? Será que tu choras?
Eu queria essa calda de caramelo que eu tinha e não tenho mais. Queria pegar aquele rosto nas mãos e besuntá-lo de doçura. Não haveria por quê chorar nesse mundo de colorido brilhante. Tu me fazes querer ficar aqui, e talvez as fogueiras se acendam por isso. Por eu perder a mania de planejar o futuro que não existe. Tu me fazes querer um abraço teu aqui e agora. E mesmo isso pode ser mentira.
Tu me mostraste as salas da tua vida, e eram todas frias. Que culpa tenho eu? Um coração, ainda que seja quebrável, é melhor do que nada. Eu ainda prefiro sentir. Eu dizia que preferia sentir, ainda que quebrasse a cara, o corpo, o próprio coração. Que se partisse em mil estilhaços, eu dizia, não importa, eu prefiro sentir. Que raio de amor era esse que eu pensava poder sentir?
Não há fogueira aqui dentro, mas ainda há uma pequena chama. Assopre e acenda-me de novo. Eu sei que nasci pra brilhar. E para aquecer. Não me deixe morrer.
Tu podias pensar o mesmo, mas preferiste as paredes caiadas de branco-cinza e frio. Frio. Frio. Porque a cama está vazia, foi o que disseste. A cama está vazia, a casa está vazia. Estamos vazios. Não pretendo ser vazia por mais muito tempo. Até lá, vou patinar no gelo e rir.
O verão vai chegar e com ele, as fogueiras. O verão vai chegar e eu não vou estar lá pra te ver derreter.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Cidade das Esmeraldas


Wizard of Oz: As for you, my galvanized friend, you want a heart. You don't know how lucky you are not to have one. Hearts will never be practical until they can be made unbreakable. Tin Woodsman: But I still want one.


E aqui entra a participação especial de Fakamine que diz:
Sorry. Instead of it, I think I will clean the rust off your brain.

Mas a isso replica o Mágico de Oz: Why, anybody can have a brain. That's a very mediocre commodity. Every pusillanimous creature that crawls on the Earth or slinks through slimy seas has a brain. Back where I come from, we have universities, seats of great learning, where men go to become great thinkers. And when they come out, they think deep thoughts and with no more brains than you have. But they have one thing you haven't got: a diploma.

E eu, enquanto Dorothy, digo apenas:

Dorothy: Now which way do we go?
Scarecrow: Pardon me, this way is a very nice way.
Dorothy: Who said that?
[Toto barks at scarecrow]
Dorothy: Don't be silly, Toto. Scarecrows don't talk.
Scarecrow: [points other way] It's pleasant down that way, too.
Dorothy: That's funny. Wasn't he pointing the other way?
Scarecrow: [points both ways] Of course, some people do go both ways.

Maybe you don't deserve this...


if I never see you again
I will always carry you
inside
outside

on my fingertips
and at brain edges

and in centers
centers
of what I am of
what remains.

-Bukowski

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O que é uma emoção?


"Agora podemos conceber o que é uma emoção. É uma tranformação do mundo. Quando os caminhos traçados se tornam muito difíceis ou quando não vemos caminho algum, não podemos mais permanecer num mundo tão urgente e tão difícil. Todos os caminhos estão barrados, no entanto é preciso agir. Então tentemos mudar o mundo, isto é, vivê-lo como se as relações das coisas com suas potencialidades não estivessem reguladas por processos deterministas, mas pela magia. Entendamos bem que não se trata de um jogo: estamos acuados e nos lançamos nessa nova atitude com toda a força de que dispomos. Entendamos também que essa tentativa não é consciente enquanto tal, pois então seria o objeto de uma reflexão. Ela é antes de tudo a captura de relações novas e de exigências novas. Só que, a captura de um objeto sendo impossível ou engendrando uma tensão insustentável, a consciência capta-o ou tenta captá-lo de outro modo, isto é, tranforma-se precisamente para transformar o objeto".
Jean Paulo SARTRE, Esboço para uma teoria das emoções, p. 63-64, L&PM Pocket.

domingo, 12 de julho de 2009

Eyes on fire


Será que a raiva vai passar sozinha? Que ódio de gente grossa/estúpida. Essa é pro idiota que me mandou sms no celular me 'pateando'.


I'll seek you out
Flay you alive
One more word and you won't survive
And I'm not scared
Of your stolen power
I see right through you any hour

I won't soothe your pain
I won't ease your strain
You'll be waiting in vain
I got nothing for you to gain

I'm taking it slow
Feeding my flame
Shuffling the cards of your game
And just in time
In the right place
Suddenly I will play my ace

Eyes on fire
Your spine is ablaze
Felling any foe with my gaze
And just in time
In the right place
Steadily emerging with grace

Há 7 anos

"Por mais que eu tenha medo das pessoas que conhecemos e de todas que viremos a conhecer, sei que é uma paranóia delirante essa de ter ciúmes do desconhecido. Nem tanto ciúmes, mas um medo de perdê-lo. Acho que ele tinha razão, quando me disse que eu não aceito ser amada.
Acho que às vezes sou tomada de um medo primitivo ou infantil de abandono, de estar enganada... Não me dou crédito, muitas vezes desconfio do que sinto e sou tomada de dúvidas e uma vontade enorme de sumir, me isolar. Eu fico vendo todos aqueles aviões levantando vôo perto da minha casa e queria estar em todos eles, indo para qualquer lugar.
O que eu quero, na maioria das vezes, é perder esse sentimento de inadequação. Quero fazer parte de algum lugar. Criar raízes. O que eu não tive. Poder ter para onde voltar e gostar disso. Uma sensação de família.

SEI LÁ".

Acho que eu ainda quero estar num avião, indo pra qualquer lugar. Mas já perdi muito desse sentimento de inadequação. Não sei mais se quero criar raízes.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Carta a Daniel 7


Querido Daniel,
posso cansar? Posso querer que o mundo acabe? Posso desejar desintegrar-me nesse instante?
O fastio e as tortas de maçã com a Julia Roberts no meu sonho.
Posso não querer mais nada disso? Essa vida, esse trabalho, esses pensamentos, as fantasias e sonhos irrealizados?
Posso, simplesmente, deixar de querer o que quer que seja?
Posso sair sorrindo pela rua pelo simples fato de sorrir, sem qualquer motivo real ou aparente para tanto?
Posso esquecer daquela palavrinha "felicidade" e simplesmente sentir um contentamento infantil em relação às coisas que posso chamar de boas? E uma mágoa raivosa e chorona de tudo o que posso chamar de mau?
Não há nada calado dentro de mim, mas há tudo aquilo que ainda pensa que vive a mordaça.
A boca abre, mas não fala.
O coração bate, mas não sente.
A mão se estende, alcança, mas não toca.
E o cheiro da terra úmida anestesia minhas narinas.
Eu queria te mandar um presente, recusaste. Depois senti-me idiota. Pior, senti-me invasiva. Não me permitiste dentro do teu mundo. De novo, talvez não faça diferença.
Eu bebo vinho e penso em ti. Eu disse que beberia vinho olhando para o rio e pensaria em nada, mas não foi isso o que aconteceu. Não bebi vinho nenhum e pensei em me jogar naquela água, simplesmente nadar até o outro lado, ainda que fizesse muito frio, ainda que o outro lado estivesse muito longe e fosse já outro país.
Agora estou de volta aqui, sentada nessa mesma cadeira, te escrevendo ainda mais outra vez e bebendo um vinho qualquer. Ouvindo uma música triste que me irrita. Talvez, justamente, porque seja triste e eu esteja cansada da tristeza. Tu não estás?
Nem te peço mais notícias. Já nem quero mais.
Um beijo embriagado,
C.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Carta a Daniel 6

Querido Daniel,
deixei mais uma mensagem naquela secretária eletrônica. Será que ele ao menos as escuta? Pensei que poderia ligar toda semana, e deixar mensagens contando tudo o que se passa. Na quinta fui dormir nos braços de um, na sexta acordei nos braços de outro, tão diferentes os dois.
Eu recebi um beijo no rosto e saí porta afora e foi melhor do que beijo na boca.
Eu pensei nos teus lábios e na textura que devem der.
Ele disse que me encontrou na rua e resolveu me levar para casa. Eu pensei que ele deveria então cuidar de mim e fui chorar na casa dele no domingo à noite, vendo filme triste e bebendo vinho. Nós não somos hipócritas, ele me disse. Nós somos diferentes. Pensei em ti de novo.
Sonhei com a praia. Apenas a praia. Não sei se estavas lá, quero que estejas.
Depois da confusão toda, algo deve acontecer. Eu espero uma mensagem, eu sei que ela vem. Amanhã vou colocar no correio um postal. Eu queria te mandar doces, gostarias de recebê-los?
Choveu, e eu queria que chovesse mais. Eu beijei lábios que não eram os teus, eu fiquei feliz, eu quis chegar em casa e te encontrar. Eu quis me jogar nos teus braços. Tu és fumaça, não sei onde estás.
Ele abriu meu caderninho justo na página onde está escrito teu nome. Eu fiquei com vergonha. Tudo isso são os dias em que vivo aqui, longe de ti. Eu nem sei o que faria diferença no momento. Sequer sei o que me faria feliz. Apenas sei que a felicidade só pode ser real quando ela é compartilhada. Eu gostaria de poder rir de novo. De verdade. Mas não consigo. Eu me sinto um saco de risadas: falsas. Eu quero um banho de mar como aquele, sorriso verdadeiro, abraço molhado, areia, sal.
Eu penso que és o único que consegue me entender. Há algo a ser entendido, de fato há. Mas ninguém vê, ninguém vê, e talvez eu realmente fale demais.
Prometa que vais me escrever.
Beijos com gosto de doce de leite,
C.

sábado, 4 de julho de 2009

Resumo da ópera


Entre parênteses: concurso de nail art no Tie Dye Poa, vá !