terça-feira, 30 de agosto de 2011

Breves Entrevistas com Homens Hediondos


Seguindo dica de Anna Arantes, domingo à noite eu e o namorado fomos ao Teatro de Arena, participar de uma peça de teatro. Ainda que a participação da platéia não tenha sido tão ativa, eu considerei essa peça uma experiência, foi como estar dentro do texto, por isso o participar.

Infelizmente para quem se interessar, foi a última apresentação.

Trata-se de um livro de David Foster Wallace, de contos, adaptado ao teatro. Não sei se o roteiro é do próprio Grupo de Teatro Sarcáustico, que realizou a performance, mas se é, estão de duplo parabéns.
Foi um programa um tanto insólito para uma noite chuvosa de domingo, devo dizer.

A peça, assim como (presumo) o texto de Wallace, é pesada, de difícil digestão, provocativa, instigante, emocionante. A perfomance dos atores foi magnífica. Eles deram o tom certo ao texto, o que posso dizer mesmo sem ter lido. Imagino que tenha sido muito difícil adaptar o texto. Eles conseguiram trazer o texto ao teatro, pois durante toda a apresentação eu consegui ler o texto. Pode parecer estranho, mas foi assim que eu senti, como se eles fossem meros narradores e o que estava ali, à minha frente, fosse o livro, fosse o texto, fosse o próprio autor.

Houve momentos em que a peça foi quase um balé, uma dança em que se mostra o que há dentro do ser humano. Mesmo no horror há beleza.

Eu não conheço nenhum dos atores, então acho que posso expressar uma opinião realmente isenta. Fazia tempo que eu não ia ao teatro, e fazia tempo que não via uma peça tão original e tão tocante.