terça-feira, 20 de outubro de 2009

Todo fim é um começo


Até que o derradeiro fim chega.
Eu queria não focar a minha raiva em você, e de repente me pergunto o porquê disso. Se foi algo que você fez, porque eu não posso sentir raiva de você? Tenho mesmo de ser sempre coerente, justa, bondosa? Ou posso gritar e surtar e atirar os sabonetes em você? Jogar você e os seus sabonetes comprados de última hora e sem o menor carinho porta afora?
É difícil entender uma pessoa tão dupla quanto eu. Que quer e não quer, que ama e odeia, que chora e ri. Quase tudo ao mesmo tempo.
No mais das vezes, eu quero que você adivinhe. Ainda não acho tão difícil. Sensibilidade é a palavra, e é uma coisa bem difícil de atingir. Requer paciência e dedicação. Como diria o Pequeno Príncipe: foi o tempo que dedicaste à tua rosa que fez dela tão especial.
Você precisa se entregar tanto quanto quer a entrega do outro. Não é amor incondicional, é apenas reciprocidade.
Fato é que certas coisas me enfastiam. Você é duro consigo mesmo e acaba sendo também comigo. É um erro. Aliás, dois erros. Uma perda total do meu tempo, do seu tempo, do nosso tempo. Eu faço outros planos. Eu alço voo. Não sei quando voltar. Não sei se quero voltar.
Mas não me telefone. Não pense em mim. Não me procure. Não faça promessas, especialmente quando não se quer de verdade prometer. Não diga que quer fazer o amor suplantar o ódio nos meus sentimentos conflitantes. Não havia sentimentos conflitantes. Eu quis mesmo gostar de você. Mais: eu quis mesmo amar você. Você não deixou. Então não queira mais. Há muito de verdade e muito de mentira no que eu escrevo. Há muito mais verdade no que eu deixo de escrever e no que eu deixo de dizer. Havia uma dor muda no meu coração, mas mesmo os mudos podem ser ouvidos se tivermos um pouco de atenção. Foi preciso dizer "vá embora", para que você quisesse ficar. E aí tudo perdeu um pouco do sentido pra mim.
Talvez você não goste do que eu escrevo, da maneira como escrevo. Mas não há espaço para bobagens aqui. Eu radiografei a minha alma e te dei num envelope de presente. Começou a chover e o dia virou noite. Porque talvez esse envelope nunca tenha sido entregue, mas você sabia que ele existia e fingiu não perceber.
Você pode me criticar mas eu concluí que você, na verdade, não sabe quem eu sou. Apenas pensa que sabe. Não é mesmo triste isso?

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