terça-feira, 11 de agosto de 2009

Profícua


A poesia na pia da cozinha. O amor, ou a falta dele, é coisa cotidiana.

Ele me diz que tem o coração fechado e está doente da cabeça. Nisso a água ferve, porque eu preciso tomar mais chá pra tirar o gosto de sangue que não sai da minha boca.
É isso, então: vamos passar a chá de borboleta. Porque essa história de ficar comendo chocolate simplesmente não dá.
Eu imaginei. Entra aí. Senta. Toma um chá comigo. Nós não temos mais 17 anos. Isso não é bom nem ruim, apenas é. Nosso amigo faz cara feia, cai e levanta. Eu tento falar-lhe mas ele não me responde. Eu escuto música islandesa e sueca. Procuro alguém que também goste disso. Me diz: será que eu posso mesmo competir com a fantasia de olhos claros? Ou devo mesmo largar de mão o cabeludo? Porque ela não gosta de ti, sabe? Ela diz que tu me corta, e ela tem razão. E a outra disse que o limite foste tu a impor. Não eu. Nem queria impor, queria apenas limitar. Queria apenas dizer: não cruze essa linha, não chegue tão perto.
Partindo de um pressuposto que talvez seja pura pretensão minha, nós não gostamos de tanta proximidade assim, mas a desejamos, a desejamos muito.
E no meio de tudo isso: Lady Gaga é hermafrodita!!!!!! Vejam vocês... e aí me mandam isso por e-mail porque eu, de maneira bisonha, sou hermafrodita também, não é mesmo? Mas ele já tinha me dito que eu tinha esquecido como era ser homem, só porque eu disse que Rob Gordon é um idiota. Mas ele é mesmo. E o Ian também. Dois tremendos idiotas e eu ficaria com a namorada deles.
Eu olho, olho, olho pra essa foto e não consigo me decidir. De novo aquela coisa de saber o que eu não quero, mas não saber o que quero. Agora lembrei que tinha algo a acrescentar naquela lista do orkut! Sim, aos pouquinhos nós vamos indo. Aliás, eu vou indo. Tu eu já não sei. Mas assim, fica mais um pouquinho, eu tenho umas fotos e umas coisas pra te mostrar e quero que proves um alfajor.
Deve mesmo parecer ridículo eu dizer que sou chorona quando tem gente que acha que eu não choro, simplesmente não choro. Havia uma criança lá dentro daquela criança que foi afogada por algo de muito ruim. Ela vive na minha costela, mas eu sempre menti que era meu irmão gêmeo que tinha sido absorvido pelo meu corpo, já te contei essa história? É uma anedota pessoal.
Tu espera só um pouquinho? Vou ter que ir bater no síndico pro vizinho parar com essa música, senão nem conversamos direito. Come o alfajor aí, eu já volto.

Um comentário:

G.D. disse...

yeap, sometimes YOU write fiction. Embora eu acredite que na 'fiction' as vezes tem mais VERDADE do que em qualquer outro relato!

Gostei principalmente da parte da costela e do irmao.

Ps: Seria Lady GaGa MESMO hermafrodita?