Taci e eu voltando do bazar na Pó de Estrela, sábado de tarde, solzão, viemos pela Lima e depois pegamos a Fernando Machado. Marcas de sangue no chão. Uns pingos. Seguimos. Vamos cruzar a Borges, mais sangue. Olhamos para frente, um engarrafamentão. Um povo amontoado na rua, no meio da rua, na calçada, passa um jornalista e um câmera correndo, o cara dizendo: "filma bem a reação das pessoas". Mais sangue. Perguntamos pra alguém o que estava acontecendo, o que era aquele sangue. O dono de um bar nos diz que passaram pessoas pintadas de vermelho, mas que ele não entendeu nada. E que o tumulto não tinha a ver com "os pintados". Uma mulher queria se jogar de um prédio, estava lá no alto e um bombeiro conversando com ela. Ficamos paradas ali, um tumulto. Daí a Taci me pergunta: "o que estamos fazendo aqui? Esperando a mulher se jogar?" E eu: "é, vamos embora, não quero ver ela se espatifar aqui". E fomos embora. Depois a Taci me ligou pra dizer que "os pintados" tinham passado pela Casa de Cultura, que tava um nojo aquilo lá. E eu encasquetada pensando o que era tudo aquilo. Daí hoje abro o Google Reader e me deparo com esse post. Mistério explicado.
No entanto, eu confesso que fiquei meio injuriada. Porque tanta gente se reune pra se fantasiar, se pintar e sujar tudo por aí, mas pra fazer algo que preste às vezes não se junta nem três pessoas? Pelas fotos que eu vi, tinha mais de 40 pessoas reunidas, maquiadas... e esses dias eu vi uma fila de pessoas sem teto, moradores de rua, mendigos, como queiram... em fila... na frente da Catedral. Até que eu vi o motivo da fila: um, eu disse UM cara, tinha no porta-malas do carro, comida e bebida e estava distribuindo para aquelas pessoas. Apenas um cara, dando uma marmitinha com comida e uma garrafinha com suco, pra umas 20 pessoas, moradoras de rua. Na frente da igreja. Os padres recolhem o quilo mas nunca os vi darem um prato de comida a qualquer daquelas pessoas que dormem por ali.
Então, um cara sozinho faz uma coisa incrível dessas. Uma galera se reune pra sujar ainda mais as ruas... a humanidade é nojenta, sabem? Eu sei que as pessoas querem se divertir, e têm todo direito (mas me digam desde quando zumbi sangra??? Morto não sangra!!), mas porque é que esse povo todo não aproveitou o ensejo para fazer algo legal mesmo, como ajudar os sem-teto, ou as crianças do Padre Cacique, ou um asilo???
Esse é o terceiro ano que eu pego duas cartinhas do Papai Noel dos Correios, pra mandar presentes pras crianças que pedem. Eu faço minhas pequenas ações individuais e tento contagiar os outros. Mas é difícil tentar fazer qualquer coisa coletiva...
5 comentários:
Ah, eu vi a zoombie walker nos dois anos. Eles vem lá do Teatro São Pedro, passam pela praça da matriz.
Nesse ano, quando eu vi o primeiro deles, já busquei a Gi pq eles correm atrás das crianças.
No ano passado, até tocaram tinta nuns guris da praçinha.
Depois, vou ler o post da tua amiga pra ver se eu descubro a moral de tudo isso.
Beijos
zumbi de c. é r.
ou, como diz o dono do catarroverde.com.br, zumbis dão o c.
não sei se as palavras podem ser ditas aqui no blog, então vai com o pontinho na frente.
talvez fosse melhor um asterisco*. pra ficar mais verossímil.
Nunca tinha ouvido falar dessa zumbizeira!!! Coisa mais besta!! E o ser humano não se une pra fazer boas ações porque é egoísta demais!!! Lá onde trabalho, pegamos 7 ou 8 cartinhas das crianças dos correios e estamos juntando os presentes que elas querem. E, em vez de mandar os presentes pelo correio, vamos entregá-los pessoalmente. Vai da consciência de cada um! Pena que pouca gente tem alguma consciência hoje em dia!!
Beijocas!
Vamos combinar que esta performance é bem tosquinha.
Onde está as performances mais interessantes e instigantes?
Sangue eu vejo no telejornal..hahahahahaha
beijos Vicaaaa
dfaxina
Ah, eu não tenho nada contra...
Acho engraçado..
E o sangue não é tinha, é anilina, gelatina e não sei o que (vi em um dos videos do youtube)...
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