quarta-feira, 24 de março de 2010

I am the storm

Tem umas coisas que tu achas que nunca vais superar e então a vida te dá um rapa e tu te estatela e acaba tendo que levantar e seguir. Ou, como diz aquela música que eu e a Dani saímos cantando na segunda-feira à noite pela rua: beber, cair, levantar! Nada como duas cervejas e uma boa companhia para terminar a segunda-feira bunda.
Mas, voltando ao assunto. Eu tinha pânico de hospital. Medo horrível de agulhas. Ia fazer exame de sangue e passava mal, passava mal mesmo. Tudo mudou ano passado, quando tive que fazer uma cirurgia. As coisas se sublimaram depois daquilo. Foi tão, mas tão horrível (eu escrevi sobre isso no blog fechado, narrei como foi), que agora um exame de sangue é quase nada. Hoje fui fazer um e até fiquei olhando meu sangue lindo enchendo potinhos à vácuo.
Às vezes é difícil enxergar as coisas sob um viés positivo com tanta negatividade à volta. Aumentar os problemas é um dom que alguns têm. O que só piora as coisas, claro. Tem dias que eu não sinto a menor vontade de sair de casa. Ou de falar com as pessoas. Quero só dormir e nem é que eu tenha tanto sono. Às vezes eu realmente tenho muito sono. Noutros dias, é só a vontade de me isolar. Meus sonhos andam tão interessantes que eu queria viver dentro deles uns tempos.
Outra noite eu sonhei que estava envolta em uma teia de aranha, cheia de aranhas. Mas isso foi por causa de Anansi Boys, do Neil Gaiman, que estou lendo. Sonhei com os números da quina, mas só lembro de um! E hoje, antes de acordar, estava sonhando com uma festa de formatura, e eu dançava, dançava...
Mas do que estou reclamando, mesmo? Se tenho feito praticamente tudo o que quero?
Eu quis mudar, eu mudei. Eu quis viajar, eu viajei. Eu quis um namorado, eu tenho um ótimo namorado. Eu quis mudar de apartamento, eu mudei. 
Faltam algumas coisas, mas aos poucos entro no eixo de novo. No meu eixo. E, como disse a Laura, querida, a gente tem que ser branca e franca com as pessoas e creio que tenho conseguido ser.
Os planos agora são comprar esse apartamento, ir a Londres de novo, e também Nova Iórque. Como? Não sei ainda. Mas o destino há de prover.

domingo, 21 de março de 2010

Alice no país das maravilhas

O livro de março, do Desafio Literário, é um clássico da literatura universal. Eu escolhi Alice porque era uma das minhas histórias preferidas na infância, e eu nunca tinha lido. Confesso que o livro me decepcionou. Isso porque ele perdeu a magia pra mim. Eu cresci e comecei a lê-lo e interpretá-lo, a esmiuçar todas as metáforas e por isso achei-o chato. Muito chato.
Coisa mais triste a gente crescer e as coisas perderem a magia, né? O livro trata de uma menina que vive aventuras fantásticas. Uma metáfora para contar a história de uma menina que está virando mulher e todas as transformações físicas e psicológicas pelas quais ela passa. Entendo porque o livro tenha causado tanto rebuliço, realmente ele tem um gênero fantástico, mas é permeado de bons conselhos para quem está crescendo e tem umas mensagens que, no meu entender, são bem adultas.

De qualquer forma, ainda sigo na leitura de Alice através do espelho. Mesmo não tendo gostado do estilo do Lewis Carroll, não posso tirar os méritos desse grande escritor.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Hidrocor

Eu acordei e minha casa estava sendo invadida por um japonês e a filha dele. A menina devia ter uns 5 anos. Eu não estava entendendo nada, ele dizia ser o dono do apartamento e eu dizia que ele não podia simplesmente ir entrando na minha casa. Pegava o telefone e chamava a polícia, lembro bem que eu disse: "por favor, preciso da ajuda de vocês, aconteceu uma coisa muito estranha, um homem invadiu a minha casa com uma criança e se recusa a sair".
Depois chegava um velho japonês, que era o pai do cara. E eu ficava discutindo com eles e mandando eles embora, e eles discutiam entre si em japonês. A menina me pegou pela mão para me mostrar algo.
Aí eu acordei de verdade.
Meus sonhos têm sido assim, ultimamente. Eu acordo dentro do sonho, dentro da minha casa, e tem alguém tentando invadí-la ou alguém invadindo-a. Antes de acordar dentro do sonho, eu estava tentando ir para a Suíça. Com um passaporte roubado. Eu dormi dentro do sonho. Eu acordei dentro do sonho. É praticamente uma outra vida. Tenho me sentido dentro do Waking Life (filme ótimo, recomendo).

domingo, 14 de março de 2010

Umas e outras...

Devo parar de beber nos próximos dias. Promessa.

Tem gente que consegue ser desagradável sem fazer o menor esforço, não é mesmo?

Tô de unha postiça e até tô gostando.

Eu tenho um sério problema com remédios... eles logo parecem perder total o efeito comigo. Saco.

Sonhei de novo com o Dexter. Dessa vez a Rita, a mulher dele, ia presa não sei porquê. E eu e a minha irmã éramos as advogadas dela.

Tô na função da mudança... como dá trabalho. Me olho numas fotos antigas e não me reconheço. Vontade de jogar tudo fora. Feng shui na prática: abrindo espaço pro novo doando o velho. E também jogando coisas fora.

Algumas idéias, ao menos. Falta colocá-las em prática.

Tem gente que faz de tudo pra se avacalhar, né? Affe.

quinta-feira, 11 de março de 2010

I think I'm crazy...

Ouço meu coração batendo dentro dos meus ouvidos. Fazia caretas. Quis ouvir música, mas a tecnologia não deixou. Tive que discutir ouvindo fragmentos de um discurso desencontrado. Tive que ver certas coisas que se repetem. Tudo começou quando a minha turma do colégio foi a única que não pôde ir na excursão. Isso aconteceu de novo no outro colégio. Sinto que é sempre assim: eu nunca posso ir na excursão. Uma vez me trouxeram um urso de presente; agora, nem isso.
Tudo funciona para mim só uma vez, depois, já nada tem o mesmo efeito. Estava aqui, embaixo da minha língua e mesmo assim eu quis dar um soco na cara de alguém. Depois, tive pena da burrice alheia. Aí me contam de morte. Aí me contam de vida.
As minhas idéias insistem em encalacrarem-se cada vez mais fundo dentro de mim. Eu quero que todo esse ouro seja de verdade. Eu quero que no final do ano esse lugar dos sonhos seja meu.
Ambivalente e começamos a brigar. Será que vai ser sempre assim? Um passo em falso, um tropeço?
Eu queria vomitar essa bola de pêlos pra ver se essa angústia passa.
Espero que ainda chova bastante essa noite.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Onírico

Noite passada cheguei ao que chamei de "o cúmulo do sonho": sonhei que assistia aos meus sonhos numa tv. Assistia e ficava tentando interpretá-los!
Essa noite sonhei que era casada com o Dexter e um alienígena transformava-o num gato! E depois quando ele virava o Dexter de novo, ficava querendo perseguir ratos! E havia ratos alienígenas que engoliam ratos que não eram alienígenas. Tudo era muito absurdo, mas o alienígena que havia transformado o Dexter em gato tinha uma cadernetinha em vários idiomas que supostamente explicava o mistério. E haviam selos na cadernetinha e fotos. E o Kurt Cobain tinha reencarnado num menino chinês.
Juro que não bebi.

terça-feira, 9 de março de 2010

Carta a Daniel 19

Querido Daniel,
é incrível como tu tens a capacidade de tomar conta dos meus pensamentos mesmo após todos esses anos. Eu ainda olho para trás, eu ainda tento entender. O bom de reanalisar uma situação, de rememorar algumas cenas de novo e de novo e de novo, é que tu começas a perceber aqueles pequenos detalhes que, na ocasião, não viste.
E só agora, só agora, passados uns muitos anos, é que percebi como nunca me incluíste na tua vida. Nunca me convidaste a conhecer o teu quarto, nunca me mostraste uma foto que fosse da tua infância, nunca me apresentaste a alguém que fosse realmente importante para ti.
Eu, ao contrário, te fiz parte da minha vida, deixei que tu existisses dentro da minha rotina, da minha casa, dos meus braços... deixei que tu provasses da minha comida, te contei meus desejos e sonhos, li alto os trechos dos meus livros preferidos, compartilhei idéias, te levei aos lugares que mais amo na minha cidade. E tu, em troca, me deste quase nada. Sorrisos, abraços, beijos. Mas jamais fizeste planos comigo, fora querer dormir juntos no inverno, porque eu sou quentinha e poderia te aquecer.
Eu te escrevi todas aquelas cartas te contando da minha vida, te expondo a minha alma. Tu não respondeste uma sequer.
Acho que um amigo meu tem razão: eu mereço um amor correspondido, algo que contigo nunca tive.
Um beijo de lágrimas,
C.

Desafio Literário 2010 - atualizando

Acabou que não falei mais sobre o Desafio Literário 2010. Mas continuo lendo. Muito. A lista está aqui.
Dela, eu já li os seguintes livros:

- Ratos e Homens, que era o livro de janeiro. Mais sobre ele aqui e aqui.
- Onde vivem os monstros, que era o livro de fevereiro. Mais sobre ele aqui.
- Cal, que era o reserva de novembro.
- Julie & Julia, que era o livro de outubro.

Além desses, li Bonjour Tristesse, e A Boa Sorte. Eu sei que li mais algum, mas agora não lembro. Estou ainda lendo Mulheres que Correm com Lobos, O segredo de Luísa, Alice no País das Maravilhas (livro de março) e Anansi Boys. Ah, sim, li o Schopenhauer: A Arte de Ter Razão. Não gostei muito, é fragmentado demais.
Para quem quiser acompanhar mais das minhas leituras, espia meu Skoob.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Umas coisas...

Uma amiga deu a definição do que é o amor. Ela dizia que não se dava bem com ninguém e achava defeitos em todo mundo, menos "nele". Disse ela: "já ele, ele que é tão cheio de defeitos, nele eu não encontro nenhum".
Não é bem isso?
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Viramos obra de arte hoje. Mas o mais legal foi o apartamento. Completamente surreal aquele apartamento gigantesco, escondido num edifício de corredores apertados e um elevador menor que uma caixa de fósforos. Se não ficasse num lugar que eu não acho muito legal, certo que eu procuraria um apartamento pra alugar naquele prédio. Absolutamente sensacional, muito, muito, mas muito grande. Ah, como eu quero espaço!
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O álcool entra, a verdade sai. Fato. Isso já vem sendo dito há séculos (in vino veritas, não é mesmo?).
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É melhor viver na verdade porque isso é viver de verdade. Mas tem gente que não entende a verdade. Apenas pensa entender.
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Eu devia escrever um livro, mas só fico falando mal de todo mundo... Chico Buarque: seus livros são uma porcaria (à exceção do gota d'água, mas daí a idéia nem era tua...). Já leram o mito de Medéia? Foda. Mas, como disse a professora do curso que estou fazendo: "se tu não tens cultura, meu amigo, problema teu".
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E eu li na revista Quem que uma das BBBs tem um assessor que é juiz federal... COMOASSIMJUIZAFEDERALASSESSORDEEXBBB???? o mundo tem que acabar... e eu, sinceramente, tô a fim de fazer uma reclamaçãozinha no CNJ... findapicada!

go humans, go... TO HELL. Obrigada.

terça-feira, 2 de março de 2010

É o mundo que se transforma.

Perdemos o rumo e eu sinto saudades de quando éramos todas mais felizes. Sim, éramos todas mais felizes. Nunca consegui me enxergar dissociada de vocês, minhas amigas. E eu sei que éramos todas mais felizes e de repente, um dia, acordamos sentindo-nos mais velhas e horrendas, tristes e achando a vida sem sentido.
Então eu bebo, porque beber é a única coisa que eu tenho vontade de fazer e nem o medo de virar alcóolatra (vide casos na família), me assusta. O meu problema talvez, é aquilo que me disse a minha irmã pequena: eu sou sincera demais para ser advogada. Eu sou sincera demais para mentir. E, no entanto, há pouco tempo, eu gostava tanto de ser advogada, coisa que eu dizia que nunca seria. Gostava tanto de resolver os problemas alheios. Ou, ao menos, tentar resolvê-los.
Minha mãe diz que eu sempre quero resolver os problemas dos outros sem tentar resolver os meus. Mas na minha cabeça, eu não tenho problemas, porque eu não posso admitir ter problemas. Eu tenho todas as ferramentas para ser feliz, não?
Eu tenho. Eu sei. E nós fugimos, nós, jovens pensantes, fugimos, fugimos.