segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Porque o ano ainda não acabou...

Eu republico minha lista de livros lidos em 2009, devidamente atualizada.

- Comer, Rezar, Amar, de Elizabeth Gilbert.
- O Aleph, José Luís Borges.
- Leite Derramado, Chico Buarque.
- Budapeste, Chico Buarque.
- Cleo e Daniel, Roberto Freire.
- A Long Way Down, Nick Hornby.
- os 3 livros da coleção Millenium, de Stieg Larsson:

* Os homens que não amavam as mulheres
* A menina que brincava com fogo
* A rainha do castelo de ar


- Esboço para uma teoria das emoções, Jean Paul Sartre.
- O Código da Inteligência, Augusto Cury.
- O avesso da vida, Philip Roth.
- O livro dos Manuais, Paulo Coelho.
- Snuff, Chuck Palahniuck.
- The Unbearable Lightness of Being, Milan Kundera.
- De Profundis e outras histórias do Cárcere, de Oscar Wilde.
- O Guia do Mochileiro das Galáxias, Douglas Adams.

Estou lendo: A Arte de Conhecer a Si Mesmo - Schopenhauer.

Começados e não terminados:
- Contos Completos de Virginia Woolf.
- O sequestrado de veneza, Jean Paul Sartre.
- O livro dos abraços, Eduardo Galeano.
- As I lay dying, William Faulkner.
- Papeles inesperados, Julio Cortazar.
- Histórias fantásticas, Adolfo Bioy Casares.
- Frenesi Polissilábico, Nick Hornby.
- A Arte da Vida, Zygmunt Bauman.
- O diário de Zlata, Zlata Filipovic.


Na espera:
- Cal, José Luís Peixoto.
- Ask the Dust, John Fante.
- Zen and the art of Motorcycle Maintenance, Robert Pirsig.
- Disgrace, J.M. Coetzee.
- 5 minds for the future, Howard Gardner.
- The sound and the fury, William Faulkner.
- Light in august, William Faulkner.
- A arte de ter razão, Arthur Schopenhauer.

Mas agora em janeiro já estarei às voltas com as leituras do Desafio Literário 2010.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Sobre o Alcoolismo

Você acorda às 5 da manhã, com o vestido que você usava quando saiu, as sandálias ao lado da cama, a bolsa em cima da mesa com seu dinheiro e cartão dentro, o celular na cama ao seu lado, o vizinho milagrosamente em silêncio e, fora a tremenda dor de cabeça, tudo aparentemente em ordem (a porta está chaveada) e você pensa: Deus gosta mesmo de mim.
Porque eu não lembro como cheguei em casa, não lembro de pagar a conta e não lembro de sair de onde eu estava. Não sei se vim caminhando, de carona ou de táxi. Minha memória foi até certo ponto e parou. O resto é uma incógnita. A única coisa que eu sei é que não deveria ter aceitado o conselho do garçom de pedir Salton Prosecco porque todo Salton é do demo e causa essa terrível dor de cabeça no dia seguinte. E causa amnésia alcóolica. Eu lembro que antigamente eu achava que esse lance de amnésia alcóolica era desculpa esfarrapada de quem sabia que tinha bebido e aprontado alguma, mas não é não. Porque foi a partir desse ano que eu fiquei meses sem beber que agora toda vez que eu passo da conta eu acabo esquecendo um pedaço da noite. Numa dessas eu consegui bloquear a senha do meu cartão de crédito.
E aí eu tive um sonho tão longo que mais parecia um filme: começou com a Gisele Bündchen chegando na minha casa e querendo contratar a empregada da minha mãe pra lavar as roupas dela. Sendo que ela já trazia um saco gigante que tinha até um sofá dentro. Depois, eu ia participar de um passeio coletivo de bicicleta pela paz e para que as pessoas deixassem de ser sedentárias. Todas as bicicletas eram brancas e estavam amarradas umas às outras com fitas brancas. A gente saía do prédio e tinha que atravessar um cinema, de bicicletas, para chegar na rua. Aí a rua estava um caos porque uns menores infratores tinham fugido da Febem e tava rolando tiroteio. Nisso, eu atropelei com a bicicleta uma menininha que correu na minha frente. Ela só teve uns raladinhos, mas a mãe dela disse que eu deveria levá-la ao PS e deixou a menina comigo. Só que eu não tinha como chegar no PS por causa do tiroteio, aí eu fugia e a menininha transformava-se num cachorrinho e eu a levava a um veterinário.

E agora tô aqui, morrendo de dor de cabeça mas comendo torradas feitas na minha torradeira nova.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Quem adivinhar o autor ganha o livro dele de presente!

"Chamamos a época em que vivemos de utilitária, mas a verdade é que não sabemos usar praticamente nenhuma das coisas de que dispomos. Esquecemos que a água limpa, o fogo purifica e a Terra é a mãe de todos nós". 

Vou colocar mais duas citações, do mesmo livro, para ajudar:

"É claro que o pecador deve arrepender-se. Mas por quê? Simplesmente porque, de outra forma, ele não conseguiria entender o seu erro. O momento do arrependimento é o momento da iniciação. Mais do que isso: é o meio através do qual podemos alterar nosso passado".

"E todos aqueles que abandonam o círculo a que pertencem mudam apenas o ambiente que os cerca, jamais a própria índole. Nem conseguem adquirir jamais os pensamentos e emoções próprios do mundo onde ingressaram - não sabem como fazê-lo".

E aí, quem escreveu isso?

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Paralisia cerebral

É como uma escara. Uma ferida que não sara. Pois quem poderá te salvar do horror a ti mesmo? Então acontece a paralisia: teu corpo se move, mas tu não consegues pensar. E se não pensar pode parecer uma libertação num primeiro momento, no seguinte, não mais. Porque é preciso pensar, ou então não se sobrevive.

E tu te arrastas de pijamas pela casa com uma xícara de café na mão. Juras por mais um dia que não beberás mais café. Sentarás e escreverás. Escreverás tudo: todas as idéias malucas, sórdidas, estranhas, banais... tudo o que te passa pela cabeça. Mas não há nada na tua cabeça. Teu cérebro foi picado por uma aranha que te diz, há muito tempo: não és capaz, não és capaz, não vales nada, nada, nada, tua vida não tem o menor sentido e tu deves perseguir sonhos e desejos que nunca foram teus. E isso não te fará feliz. E isso não fará ninguém feliz. É sádico e idiota e bem o sabes, mas não consegues, não consegues te libertar de todas as amarras imaginárias que te paralisam e te deixam sem pensar e sem sentir.

I need a heart to breathe again.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O tal do meme

Adrib intimou... vou tentar...

Há 10 anos...
Putz, 1999, sei lá. Eu tava na faculdade. Eu namorava fazia um tempinho, eu era louca por ele, eu queria casar. Eu achava que quando me formasse seria promotora de justiça e ganharia rios de dinheiro, além de ajudar a socidade e o mundo a serem melhores. Eu esperava pelo bug do milênio. A vida era feliz e quase despreocupada. Nesse ano eu conheci meu melhor amigo da vida. Dava aulas de inglês.

Há 5 anos...
Eu morava com minhas amigas e fazia muita festa. Formada, trabalhava num escritório com uma das minhas melhores amigas e ganhava muito mal. Mas era divertido. Nesse ano terminei um namoro de 3 anos e engatei outro na sequência. Fiz uma festa junina no meu aniversário que foi super divertida. Também foi o ano da famosa festa no apê.

Há 2 anos...
Eu casei. Foi um ano muito bom. Eu trabalhava horrores mas adorava tudo aquilo. Eu fiz muitas festas com minhas amigas. Eu era realmente muito feliz.

Há 1 ano...
Eu separei. Eu fui promovida. Eu fui pra Nova York. Eu fui morar sozinha. Eu tive certeza de que tenho as amigas mais maravilhosas do mundo. Eu fui enganada. Eu passei o natal e o reveillon em São Paulo e apesar de estranho, foi bom. Eu comecei a fazer terapia. Eu deixei de gostar do meu trabalho.

Ontem...
Eu fui no cinema com meu namorado ver Julie & Julia. A gente comeu pipocas. Não gostei tanto do filme quando pensei que gostaria. Eu fiz janta, nós tomamos vinho, nós assistimos Dexter, nós dormimos abraçados.

Amanhã...
Eu preciso ir na prefeitura resolver uma pendência. Eu preciso ir nos correios. Eu preciso ir ao banco. Mas não sei se de fato farei essas coisas.

5 coisas sem as quais eu não posso viver:
- sem minhas amigas,
- sem a Olívia,
- sem cappuccino,
- sem livros,
- sem amor.

5 coisas que eu compraria com mil reais:
- uma passagem aérea pra São Paulo e uns dias de hotel;
- uma pacote de viagem pra Buenos Aires;
- livros;
- sapatos;
- presentes pras pessoas que eu amo.

5 maus hábitos:
- ser muito cruel comigo mesma;
- ser curiosa demais;
- ser insegura às vezes;
- tomar muito café;
- preguiça.

3 coisas que me assustam:
- a falta de amor;
- morcegos;
- baratas.

3 coisas que estou vestindo nesse momento:
- camiseta verde;
- calça jeans;
- meias da Pucca.

Cantores ou bandas preferidas:
- Björk
- The Killers
- The Perishers
- The Frames
- Madonna
- U2
- Pearl Jam e Eddie Vedder
- Cesaria Evora
- Federico Aubele
- Placebo...

3 coisas que realmente quero agora:
- sushi;
- beijo (dele);
- abraço (dele).

3 lugares onde quero ir nas férias:
- Paris
- Roma
- Nova York (sempre).


Não vou intimar ninguém, quem quiser fazer, sinta-se à vontade.

Carta a Daniel 16


Querido Daniel,
sinto que me perdi. Em algum momento, em algum lugar, eu simplesmente me deixei levar por divagações e esqueci o que faço aqui. Será que tu poderias ajudar-me a lembrar?
Saturno passou por cima de mim como um trator. Ou um tanque de guerra. Ainda estou no meio da terra arada, no meio da poeira, sem saber ao certo se devo plantar algo aqui novamente. Racionalmente penso que o resultado de tudo isso deve ser bom, há de ser bom. Mas emocionalmente me sinto vazia, anestesiada. Quando consigo sentir algo, esse algo é apenas desolação. Eu vejo a terra mexida, eu vejo os restos do que havia ali antes, eu tento entender como aconteceu e não entendo. Será que tu poderias tentar entender? Para depois explicar-me?
Das várias coisas que eu pensei, eu pensei que não, que ele não merece isso. Eu não devo dar esse gostinho a ele. Um gostinho amargo de uma vitória que é na verdade uma derrota. Essas pessoas todas, quem elas pensam que são?
Iludo-me, eu sei. Essas preocupações comezinhas que me distraem de tanto em tanto, elas não têm qualquer base na realidade. A realidade é cinza. A realidade não tem essas cores que insistem em me ludibriar.
No entanto, a bem da verdade, não tenho força, não tenho vontade, e há dias em que me pergunto que energia misteriosa me leva a levantar da minha cama e ir até onde quer que seja, ainda que esse onde seja apenas a cozinha ou o banheiro... não sei que força estranha me move ao banho, a comer, a vestir, a afagar a gata, sinceramente não sei. Será que tu sabes? Se sabes, podes contar-me?
Sinto saudades tuas.
Um beijo com gosto de chá,

C.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Sobre repetição

Terminei de ler A insustentável leveza do ser. Entrou pra minha lista dos melhores de todos os tempos. No livro ele diz que "happiness is the longing for repetition". Acho que realmente é. Que os bons momentos se repitam num looping infinito, é isso que queremos. Que a monotonia do Paraíso nos traga felicidade, e apenas isso. É um livro triste, também. E bonito, bonito.

Eu tinha 15 anos, e uma prima minha, uns 10 anos mais velha que eu, me disse que esse livro era o melhor que ela já tinha lido na vida. Na época, não sei bem por qual razão, resolvi locar o VHS e assistir ao filme. E achei o filme um lixo, chatíssimo. Claro, não entendi nada. Como eu com 15 anos de idade pretendia entender aquilo? Não havia como. Há certas coisas que voltam a nós quando estamos prontos para elas. E uma delas foi esse livro. 16 anos depois que eu deixei de ter 15 anos, e já vivi bastante coisa, o livro voltou pra mim quase como que por acidente, enquanto eu espiava livros na FNAC da Avenida Paulista, em busca de algo para ler no avião. R$14,90 por ele pareceu realmente tentador. E não há como resenhar esse livro, é necessário que você o leia e tire suas próprias conclusões. Ele contém lições de vida, ele fala de amor, é necessário absorvê-lo, ou melhor, sorvê-lo como a um líquido precioso e delicioso, aos pouquinhos, como se estivesse muito quente. Para conforme a temperatura dele for abrandando dentro de você, você passe a sentir o enorme prazer de ter ingerido algo especial.